O Rock In Rio Lisboa 2022 para lá de Ivete Sangalo e Xutos & Pontapés
O festival que arranca este sábado é um imenso patchwork de géneros e artistas. Desbravemos o cartaz.
A edição 2022 do Rock In Rio Lisboa, que ocupa neste fim-de-semana e no próximo o Parque da Bela Vista, tem, sim, alguns dos nomes que se esperam da declinação portuguesa do festival: os Xutos & Pontapés actuam no primeiro dia e Ivete Sangalo no segundo. Mas além disso, há muito mais para ouvir nos vários palcos espalhados pelo recinto.
Neste primeiro dia, o Palco Mundo recebe, além dos Xutos, os Muse, banda de rock alternativo de estádio britânica que veio substituir os anteriormente alinhados Foo Fighters. Também ali marcarão presença o indie dos americanos The National, que têm tido uma ascensão pouco provável (colaborações com Taylor Swift e bandas sonoras de Hollywood incluídas), e Liam Gallagher, que fundou ao lado do irmão (e rival) Noel os Oasis e editou no mês passado o terceiro disco a solo, C'mon You Know. No domingo, além de Sangalo, pisam o palco principal a veterana banda de pop-rap Black Eyed Peas, a cantora e compositora de electro-pop britânica Ellie Goulding, e o português David Carreira.
No início do fim-de-semana seguinte, os anos 1980 estarão em destaque no palco principal, com a new wave dos britânicos Duran Duran e dos noruegueses synth-pop A-Ha. O alinhamento completa-se com uma das duas versões dos também britânicos do reggae UB40 que andam em digressão desde que os irmãos Ali e Duncan Campbell se chatearam; esta é a de Ali, já sem o colega Astro, que morreu em Novembro. Vêm apresentar o álbum Unpredecented, acabado de sair. Andando uma década para a frente, para os anos 1990, há ainda o rock dos britânicos Bush. Domingo faz-se com o rap/rock/pop de Post Malone, o cantor de r&b/pop Jason Derulo, o pop funk da superestrela brasileira Anitta, que acabou de lançar Versions of Me, e os portugueses HMB.
À margem do palco principal, o Galp Music Valley exibirá este fim-de-semana nomes como Moullinex & Xinobi, Linda Martini ou The Black Mamba, ao lado dos madrilenos Izal e dos brasileiros Ego Kill Talent e Funk Orquestra, entre outros. No fim-de-semana seguinte, mais música vinda do outro lado do Atlântico, com Ney Matogrosso e o seu compatriota Luca Argel, actualmente radicado no Porto, mas também José Cid, uma rara reunião dos Delfins, e António Zambujo, no primeiro dia; e Mundo Segundo com Sam The Kid (o responsável pelo Palco Yorn), Piruka com Jimmy P & Gama ou a brasileira Rebecca, no segundo.
Na nova versão da Rock Street, o palco Rock Your Street, dedicado às músicas do mundo, poderão ouvir-se já este sábado os congoleses Jupiter & Okwess, os guineenses Bambaram e Kimbum, bem como Bombino, guitarrista e vocalista tuaregue cujo mais recente disco, Deran, de 2018, foi nomeado para um Grammy, bem como a fadista Sara Correia. No domingo, há Esperança (duo formado pelos angolanos Paulo Flores, lenda do semba e da kizomba, e Prodígio, o rapper, que fizeram um disco juntos em 2020), Bruno Pernadas e a dupla de synth-pop de Miami Magdalena Bay, que se tornou um fenómeno de culto no TikTok e se estreou nos discos em Outubro, com Mercurial World.
No fim-de-semana seguinte, haverá espaço para o mítico cantor de casamentos sírio Omar Souleyman, a paquistanesa Arooj Aftab, que lançou Vulture Prince em 2021 e foi a primeira artista do seu país a ganhar um Grammy, e os brasileiros Francisco, El Hombre, a banda de dois irmãos mexicanos que se mudaram para Campinas. No domingo, subirão ao mesmo palco a banda de música electrónica sul-coreana Idiotape, a glam-MPB de Johnny Hooker, a kudurista angolana Titica e Kolá San Jon, um cortejo cabo-verdiano.