Jupiter canta e dança diante das injustiças
No palco que o Rock in Rio dedica às músicas do mundo, Rock Your Street, o congolês Jupiter e os seus Okwess International são as figuras de proa este sábado. Trazem consigo Na Kozonga, disco que se ergue contra os males planetários, mas sem perder o ritmo.
Na Kozonga significa qualquer coisa como “eu regresso”, em lingala. E é sempre um regresso às raízes da música congolesa que está na origem da música de Jupiter Bonkodji com a sua banda Okwess International. Um movimento que se explica, talvez, pela biografia de Jupiter: nascido em Kinshasa, onde se fez percussionista ainda miúdo, acompanhando a avó curandeira em todo o tipo de cerimónias e rituais, foi à boleia da carreira diplomática do seu pai, e da colocação deste num posto em Berlim, que descobriu o rock. Mais tarde, foram essas as referências que levou de volta na bagagem para a República Democrática do Congo onde, já na década de 1990, juntou os Okwess para espalharem o seu afro-funk muito particular pelo continente. Mas tardou até que o resto do mundo viesse a despertar para a sua música, o que só aconteceu quando gravou, quase aos 50 anos, em 2013, o álbum de estreia Hotel Univers. A partir daí, tornou-se uma figura de destaque nos palcos das músicas do mundo e colaborador de Damon Albarn, entre outras medalhas na lapela.
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