Stoltenberg destaca “mensagem clara de apoio e solidariedade” na visita de líderes da NATO a Kiev
O secretário-geral da NATO reagiu com “satisfação” à visita de Macron, Scholz, Draghi e Iohannis à Ucrânia: “Uma iniciativa importante para demonstrar a solidariedade e o apoio político claro dos aliados.”
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, manifestou a sua “satisfação” com a visita conjunta dos líderes da Alemanha, França, Itália e Roménia a Kiev, esta quinta-feira, destacando a “mensagem política clara” de apoio e solidariedade dos países em causa com o Governo e o povo ucraniano.
“Fico satisfeito que os líderes de países da NATO possam visitar a Ucrânia e ver por si próprios as brutalidades cometidas pela Rússia. É uma iniciativa importante para demonstrar a solidariedade e o apoio político claro dos aliados”, afirmou Jens Stoltenberg, no final de uma reunião preparatória da cimeira da NATO que juntou os ministros da Defesa da aliança, em Bruxelas, esta quinta-feira.
Stoltenberg descreveu a guerra de agressão da Rússia na Ucrânia como um “game changer” (numa tradução livre, “reviravolta") em termos do panorama de defesa e segurança a nível global, e confirmou que as múltiplas ramificações e desafios colocados pelo conflito estarão no centro das discussões entre os líderes na sua cimeira de Madrid, que arranca no próximo dia 28 de Junho.
“Será uma cimeira transformativa, com decisões importantes em termos da resposta e do posicionamento da NATO num mundo mais perigoso e mais competitivo”, antecipou o secretário-geral, salientando o acordo já manifestado por todos os estados-membros com o fortalecimento da presença, capacidades e prontidão da aliança, e também com o novo conceito estratégico — que além da posição sobre a Rússia, refere ainda a ameaça da China e outros desafios emergentes.
De acordo com Jens Stoltenberg, a agressão da Rússia obriga a NATO a “manter uma postura de forte dissuasão” no flanco Leste da Europa. Os aliados estação a estudar um “novo modelo de forças”, com mais formações de combate destacadas para os países da fronteira, mais equipamentos pré-posicionados na região e também mais forças em prontidão.
O secretário-geral espera ainda o OK dos Estados-membros para o reforço das defesas aéreas, marítimas e cíber, bem como das reservas de material e do investimento militar. “Os aliados têm vindo a aumentar as suas despesas militares há sete anos consecutivos, e é fundamental manter esse esforço para preservar a paz e proteger as nossas populações”, referiu.
Questionado sobre os pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia e a oposição da Turquia à sua entrada na NATO, Jens Stoltenberg repetiu que os aliados estão a trabalhar para “encontrar uma solução tão depressa quanto possível”, mas não arriscou dizer se um acordo pode ser alcançado ainda a tempo da cimeira de Madrid.
“É preciso reconciliar diferentes visões para chegar a um consenso. Não sei quanto tempo será preciso”, disse o secretário-geral da NATO, que se mantém optimista. “A Turquia também é a favor da política de porta aberta e reconhece valor do alargamento da NATO”, salientou.