“Somos todos produtores de conteúdos.” Ministro da Educação alerta para os desafios das redes sociais

João Costa acompanhou esta quarta-feira, na redacção do PÚBLICO, um processo de mentoria destinado a alunos vencedores de um concurso. A disseminação da informação na era digital esteve no centro da sua intervenção.

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Miguel Manso
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“Temos informação por todo o lado, mas nem sempre temos qualidade em todo o lado, na informação.” Foi com este alerta que o ministro da Educação, João Costa, começou esta quarta-feira por se dirigir a um grupo de alunos vencedores do concurso “Vamos Fazer um Plano”, parceria entre o PÚBLICO na Escola e o Plano Nacional das Artes.

O ministro tinha acabado de chegar à redacção do PÚBLICO em Lisboa quando, no anfiteatro, se ouviu um sonoro “Aaaah!”. Os alunos do 12º B de Artes da Escola Secundária Campos Melo, na Covilhã, viam, pela primeira vez, as sugestões de edição que a equipa do PÚBLICO propunha para o trabalho jornalístico de duas páginas premiado no concurso. Esta mentoria fez parte do prémio, que distinguiu cinco vencedores.

À sua frente, João Costa tinha estudantes que estão a terminar o ensino secundário. Falou-lhes dos desafios associados à forma como recebemos informação, numa altura em que “somos todos produtores de conteúdos, da caixa de comentários de uma publicação até [aos perfis privados] no Facebook e no Instagram”. Esta constante produção de conteúdos, alerta, “obriga-nos a uma ética muito grande”.

Grande parte do conteúdo que circula nas redes sociais não está sujeito a critérios éticos e de rigor, ao contrário do jornal que sai todos os dias, sublinha o ministro. Por isso, o trabalho de questionamento e a construção de um olhar crítico em relação ao mundo em volta é fundamental — razão por que encara o projecto PÚBLICO na Escola, parceria entre o PÚBLICO, o Ministério da Educação e a Fundação Belmiro de Azevedo, como uma “responsabilidade partilhada de pôr os jovens a olhar para o mundo de outra forma”.

João Costa, que acompanhou desde o começo o regresso do projecto de literacia mediática do jornal, em 2019-20, recorda que o que motivou o ministério, no começo, foi “levar às escolas a valorização da comunicação social”. A imprensa, a rádio e a televisão “são o garante fundamental da nossa democracia”, acrescenta.

Já do concurso que junta o PÚBLICO na Escola com o Plano Nacional das Artes destaca a oportunidade de mostrar o que de bom se faz, todos os dias, nas escolas. Mas vencer é uma responsabilidade, diz ainda aos alunos. “Agora têm de contagiar os que estão à vossa volta. O país não se faz com campeões olímpicos, faz-se com pessoas que ajudam as outras a correr. Disseminem, agora, isto pela vossa escola, partilhem com os vossos colegas. Sejam embaixadores desta iniciativa.”

Esta primeira edição do concurso “Vamos Fazer um Plano” recebeu 71 trabalhos, de 43 escolas ou agrupamentos. Venceram cinco trabalhos: “Pedra dos Pratos - Uma estação arqueológica”, Agrupamento de Escolas de Castro Daire; “Cinedita - Festival de Curtas de Arganil”​, Agrupamento de Escolas de Arganil; “Projecto Cultural de Escola”, Agrupamento de Escolas de Colos (Odemira); “As Artes que a Escola Tece...”, Escola Secundária Campos Melo, Covilhã; e “Alma de Moçambique”, Escola Portuguesa de Moçambique. Os autores dos quatro primeiros estiveram já na redacção do PÚBLICO, para a mentoria. Uma vez concluído o processo de edição — de texto e gráfica — de todos os planos premiados, o resultado final será dado a conhecer num suplemento do PÚBLICO.

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