Preços dos produtos energéticos têm maior subida em 37 anos
Inflação foi de 8% em Maio e atingiu o nível mais elevado em 29 anos, confirmou o INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta terça-feira que a taxa de inflação homóloga atingiu em Maio o valor mais elevado desde há 29 anos, situando-se em 8%, impulsionada essencialmente pelos produtos energéticos, que estão em valores recorde.
Segundo a actualização dos dados provisórios divulgados há duas semanas, “a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 8,0% em Maio de 2022”, uma taxa superior em 0,8 pontos percentuais (p.p.) à registada no mês anterior “e a mais elevada desde Fevereiro de 1993”.
O INE assinala que o indicador de inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou para 5,6%, face aos 5,0% de Abril.
Neste período, “o índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 27,3% (26,7% no mês precedente), valor mais elevado desde Fevereiro de 1985”, refere o instituto.
Os preços dos produtos alimentares não transformados também se mantiveram em alta e o índice respectivo “apresentou uma variação de 11,6% (9,4% em Abril)”.
Em Maio, os preços registaram uma subida mensal de 1%, com a variação média dos últimos doze meses a situar-se em 3,4%.
Por classes de despesa, o INE destaca o aumento da taxa de variação homóloga da classe habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, com uma variação de 13,4%. Assinala ainda a subida nas bebidas alcoólicas e tabaco, que foi de 2,8%.
“Em sentido oposto”, em Maio registaram-se diminuições nas taxas de variação homóloga dos transportes e comunicações, para 10,8% e 2,2% respectivamente.
Os bens alimentares e bebidas não alcoólicas (com uma subida de 12,33% face ao mesmo período de 2021) e a habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis foram as classes de produtos que mais contribuíram para a variação homóloga de Maio.
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) registou uma variação homóloga de 8,1%, que é o “novo valor mais elevado registado desde o início da série do IHPC, em 1996”.
Esta taxa foi superior em 0,7 p.p. à de Fevereiro e idêntica ao valor esperado pelo Eurostat para a zona euro (em linha com o observado em Abril).
Excluindo a alimentação e a energia, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 5,8% em Maio (5,3% em Abril), mais elevada que a registada na área do euro (estimada em 4,4%), “mantendo o perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses”.
O IHPC registou uma variação mensal de 1,0% e uma variação média dos últimos doze meses de 3,3%.