Ministra anuncia plano de contingência para o Verão. “Tentaremos” contratar mais médicos

Marta Temido sublinha que o Governo vai tentar a “contratação de todos os especialistas que aceitem ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde”.

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Ministra da Saúde, Marta Temido, esteve reunida esta segunda-feira com a ARSLVT e sindicatos dos médicos LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A ministra da Saúde disse esta segunda-feira que o Governo vai implementar, para o Verão, um “plano de contingência” a curto prazo para responder à falta de profissionais nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia.

“Tudo faremos para evitar situações como aquelas que vivemos nos últimos dias em termos de perturbação da tranquilidade social relativamente ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, garantiu Marta Temido. Uma das medidas imediatas passa pela contratação de médicos especialistas, embora reconheça que só isso não será suficiente.

“Tentaremos [contratar mais médicos]. Há um concurso de contratação de recém-especialistas para ser aberto esta semana. Infelizmente, não temos para contratar tantos quanto gostaríamos e as condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde são pesadas, reconhecemos isto”, afirmou a ministra, em declarações aos jornalistas depois de reuniões com a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, a Ordem dos Médicos e estruturas sindicais.

Marta Temido sublinhou que os problemas que se têm sentido não são novos, mas que estão nesta altura numa “fase mais nítida e aguda”. “Depois de dois anos de pandemia e do adiar de um conjunto de medidas que pretendíamos ter implementado anteriormente e que não foram possíveis, os problemas agora revelam-se com outra gravidade”, observou.

Sem apresentar medidas concretas, a responsável pela pasta da Saúde referiu que o Governo vai implementar um plano de contingência para os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro, com o qual se prevê conseguir um “funcionamento mais articulado, antecipado e organizado das urgências em rede do Serviço Nacional de Saúde”, admitindo ser importante, nessa dimensão, olhar para as “questões remuneratórias associadas”.

A ministra referiu também haver em cima da mesa medidas a médio prazo, nomeadamente uma “absolutamente essencial”: a coordenação que permita apoiar reestruturações necessárias na área de saúde materna, em moldes semelhantes aos da comissão de apoio à resposta em Medicina Intensiva.

Reforçando que a situação de constrangimentos “não é nova” nestas alturas do ano, a ministra sublinhou a “contratação de todos os especialistas que aceitem ser contratados pelo Serviço Nacional de Saúde” como uma resposta estrutural necessária.

Referiu também haver necessidade de implementar “respostas de contingência, em temos de organização das respostas” para que não se repitam situações por falhas de encaminhamento e situações como a que aconteceu no Hospital das Caldas da Rainha.

A ministra reuniu-se também, esta segunda-feira, com a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, e disse que ainda ia ouvir as ARS do resto do país, depois de ter dialogado esta manhã com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo, a que mais tem sofrido com a falta de profissionais de saúde.

“O SNS conseguiu corresponder com muitos picos e muitas dificuldades a uma pandemia e, naturalmente, será capaz de se reorganizar para responder às necessidades de saúde materna e obstétrica”, afirmou Temido.

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