Bolsas agravam perdas com a perspectiva de subida acelerada dos juros

Os mercados norte-americanos abriram esta segunda-feira a prolongar as desvalorizações do final da semana passada, reagindo ainda à subida da inflação nos EUA. Os índices europeus acompanham a tendência geral.

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EPA/JUSTIN LANE

O índice bolsista mais abrangente de Wall Street, o S&P 500, iniciou a sessão desta segunda-feira com uma queda de 2,4%, acumulando as perdas desde o máximo de Janeiro na fasquia dos 20%, o que representa uma reentrada no denominado “mercado urso” (bear market, que simboliza um deslize continuado que pode antecipar uma mudança de tendência).

A perspectiva de um período prolongado de inflação alta ganhou força depois de ter sido publicado na sexta-feira o número de Maio nos EUA, com a inflação a atingir os 8,6%. Os investidores reagiram, desde então, à perspectiva de os bancos centrais das maiores economias mundiais acelerarem a subida das taxas de juro para conter a escalada inflacionista.

Em Nova Iorque, o Nasdaq abriu a cair 2,9%, estendendo as perdas em 2022 para cerca de 30%. Este mercado está a sofrer adicionalmente com a sua natureza mais especulativa, perante os sinais de que a liquidez que invadiu o mercado nos últimos anos está a desaparecer com as acções dos bancos centrais.

Adicionalmente, o mercado de criptomoedas continua a viver uma fase de sobressaltos com a sequência de notícias sobre problemas em alguns dos seus principais protagonistas, que já conduziram a perdas acentuadas nos seus activos mais conhecidos, com a Bitcoin, que perdeu 20% desde sexta-feira.

Na Europa, o índice pan-europeu Eurostoxx 600 regista perdas na casa dos dois pontos percentuais, reflectindo a evolução de todos os outros índices nacionais, inclusive o português, que acompanha a tendência geral.

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