Britânicos capturados por forças pró-russas condenados à morte em “julgamento de fachada”
Aiden Aslin e Shaun Pinner foram capturados por oficiais pró-russos em Abril. Esta quinta-feira, em conjunto com um outro homem capturado, foram condenados à morte por Moscovo, depois de serem acusados de terrorismo.
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Os dois britânicos capturados em Abril por oficiais pró-russos, enquanto lutavam ao lado do exército ucraniano em Mariupol, foram condenados à morte por Moscovo, avançou esta quinta-feira o Guardian. Os dois homens tinham sido acusados de terrorismo.
Um tribunal na Ucrânia Oriental, controlado pela Rússia, condenou Aiden Aslin e Shaun Pinner após um julgamento que durou vários dias e que foi apelidado de “julgamento de fachada”. Tendo por base “acusações falsas”, o objectivo foi imitar os julgamentos por crimes de guerra contra soldados russos que estão a acontecer em Kiev.
Além de Aslin e Pinner, também um homem marroquino, Saaudun Brahim, foi capturado pelas forças pró-russas. Os três foram retratados pelos meios de comunicação russos como sendo mercenários.
Na passada quarta-feira, refere o Guardian, a agência noticiosa russa RIA Novosti divulgou imagens dos dois britânicos, que se declaravam “culpados”.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, condenou o “julgamento de fachada” dos dois britânicos acusados de terrorismo.
“Eles são prisioneiros de guerra. Este é um julgamento falso, sem qualquer legitimidade. Os meus pensamentos estão com as famílias. Continuamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para os apoiar”, escreveu no Twitter.
O membro do parlamento inglês Robert Jenrick afirmou à BBC que o julgamento levado a cabo foi “uma violação completamente escandalosa do direito internacional, e que deveria ser condenado”.
“As autoridades russas quiseram fazer destes dois cidadãos britânicos um exemplo e é, penso eu, algo completamente vergonhoso”, afirmou Jenrick, que espera que ocorra uma troca de prisioneiros “num futuro próximo”.
No Twitter, o deputado reiterou que os prisioneiros devem ser libertados e acrescentou que a decisão do Kremlin é uma “violação flagrante” da Convenção de Genebra. “Ao contrário da propaganda do Kremlin, Aiden Aslin não é um mercenário. Ele tem vivido na Ucrânia e servido nas forças armadas antes da invasão ilegal da Rússia”, escreveu.