Biden pede ao Congresso dos Estados Unidos que proíba armas de assalto no país
O Presidente dos EUA pediu ao Congresso um aumento da idade legal para aquisição de armas, a verificação de antecedentes criminais e acompanhamento psicológico aos compradores. Esta quinta-feira foi marcada por mais dois tiroteios.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou ao Congresso para que proíba as armas de assalto no país e estabeleça leis de controlo mais rígidas, numa mensagem ao país na noite de quinta-feira, na Casa Branca. O dia foi marcado por mais dois tiroteios - um com vítimas mortais em Iowa e outro com feridos em Wisconsin.
“Temos de proibir armas de assalto e cartuchos de alta capacidade”, sublinhou Biden num discurso transmitido em directo, com 56 velas brancas em pano de fundo, representando as vítimas de violência armada em todos os estados e territórios do país.
Biden pediu também leis mais apertadas de verificação de antecedentes e um aumento da idade mínima para comprar armas para 21 anos, dias depois de um massacre numa escola ter voltado a chocar o país. Pediu ainda novas regras para o armazenamento seguro de armas, novas leis de “sinais de alerta” que impeçam a venda de armas a pessoas com antecedentes criminais, revogando fugas de responsabilidade dos fabricantes de armas e fornecendo mais serviços de saúde mental.
“Quantas outras carnificinas estamos dispostos a aceitar? Quantas vidas americanas inocentes devem ser tiradas antes que digamos basta? Basta, basta, basta. Não se trata de tirar os direitos de ninguém. Trata-se de proteger as nossas crianças, de proteger as famílias. Trata-se de proteger comunidades inteiras. Trata-se de proteger a nossa liberdade”, concluiu o Presidente.
O discurso de Biden aos seus compatriotas ocorre um dia depois de um atirador ter morto o seu cirurgião e três outras pessoas no Hospital Saint Francis em Tulsa, Oklahoma, e depois do massacre de 24 de Maio na Robb Elementary School, onde morreram 21 pessoas - 19 delas crianças.
Dia marcado por mais tiroteios
Esta quinta-feira, dia do discurso de Biden, foi marcada por mais dois tiroteios.
No primeiro, um homem matou duas mulheres e cometeu suicídio no local em frente à igreja Cornerstone na cidade de Ames, no Estado de Iowa.
O tiroteio ocorreu pouco antes das 19h locais (13h em Portugal) e quando os agentes chegaram ao local já encontraram as duas mulheres e o homem sem vida, confirmou o chefe da polícia da cidade, Nicholas Lennie, citado pela Europa Press.
No segundo, duas pessoas foram baleadas num cemitério, a sul de Milwaukee, no Estado de Wisconsin, na região centro-oeste dos Estados Unidos.
Vários tiros foram disparados por volta das 14h30 locais (20h30 em Lisboa) no cemitério de Graceland, de acordo com informações divulgadas pela polícia local nas redes sociais.
As autoridades, que descreveram o ataque como crítico, indicaram que vários tiros foram disparados na direcção do local onde decorria o funeral de Da'Shontay King, morto a tiro pela polícia de Racine há duas semanas. Um jovem recebeu cuidados médicos no local e teve alta, enquanto outro foi transportado de avião para Milwaukee para ser assistido no hospital.
Nova Iorque toma medidas
O Estado norte-americano de Nova Iorque aprovou uma nova legislação que aumenta a idade mínima para comprar armas semiautomáticas de 18 para 21 anos, para reforçar o controlo de armas na região.
Com esta decisão, Nova Iorque torna-se o primeiro Estado do país a restringir a compra de armas após o tiroteio de Uvalde. “Estamos a tomar medidas rápidas para reforçar as leis de alerta de segurança, colmatar lacunas existentes e proteger comunidades inteiras”, afirmou a governadora do Estado, Kathy Hochul.
A nova lei também proíbe a venda de munições que consigam penetrar coletes à prova de bala e permite a identificação daqueles que possam, eventualmente, causar danos a si próprios ou a outros, se estiverem na posse de uma arma.
Estas medidas foram tomadas algumas horas depois do discurso de Joe Biden e seguiram algumas das linhas do seu pensamento - nomeadamente o aumento da idade legal de compra de armas.