Crianças com a mãe ou o pai na prisão. Se não percebem o que se passa, “podem culpar-se”

Liz Ayre, directora-executiva da COPE - Children of Prisoners Europe, uma organização pan-europeia empenhada nos direitos das crianças com o pai ou a mãe na prisão, diz que é importante manter uma comunicação fluida e pensar na criança nas várias fases, desde a detenção à libertação. As práticas variam de país para país.

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"Contacto das crianças com os pais na prisão é um direito estabelecido na Convenção sobre os Direitos da Criança", recorda Nuno Ferreira Santos

Está a evoluir o reconhecimento do direito à vida familiar, sobretudo desde 2018, ano em que o Conselho da Europa recomendou aos Estados-membros que tenham “em mente que as crianças com pais presos não cometeram qualquer crime”. E que “é necessário salvaguardar o seu direito a manter uma relação afectiva e continuada com o progenitor preso”. Vários países ainda não incorporam esta perspectiva dos direitos das crianças. Liz Ayre, que fez parte da equipa que elaborou a Recomendação do Conselho da Europa, investigou essas lacunas e está empenhada em disseminar boas práticas pela Europa fora. A conferência anual da COPE, que tem sede em Paris, acontece esta quinta-feira em Cascais. A directora-executiva não podia faltar ao evento, desta vez organizado em parceria com a Confiar – Associação de Reinserção Social. Sob o lema “Os meus pais foram presos e agora? Políticas públicas para o futuro”, discutir-se-á a forma como Portugal tem enfrentado esta situação.

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