Varíola-dos-macacos: Mais 19 casos, Portugal tem agora 119 infectados
Portugal mantém-se como o país com mais casos confirmados por milhão de habitantes. A Península Ibérica soma agora quase metade da população infectada. Todos os pacientes em Portugal estão estáveis e a receber acompanhamento clínico.
Portugal confirmou esta quarta-feira 19 novos casos de varíola-dos-macacos (também conhecida como vírus monkeypox, ou VMPX), totalizando agora 119 pessoas infectadas em território nacional. É o segundo maior aumento num só dia, mantendo-se Portugal como o país com mais pessoas infectadas por milhão de habitantes.
Todos os infectados são homens, encontrando-se estáveis e a receber acompanhamento clínico. Como acontece desde os primeiros casos, os infectados têm, na sua maioria, abaixo dos 40 anos, estando localizados na região de Lisboa e Vale do Tejo – com casos pontuais no Norte e Algarve.
Somam-se mais de 500 casos em países não endémicos para a doença, com estes surtos a afectar todos os continentes, apesar de a grande maioria das pessoas infectadas estar localizada na Europa. Portugal e Espanha, com 251 casos entre si, somam quase metade dos casos confirmados até esta quarta-feira. Apesar disso, o risco de transmissão na população mantém-se baixo, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e o Centro Europeu de Controlo de Doenças. A Organização Mundial da Saúde definiu esse risco como “moderado”, na última segunda-feira.
Recorde-se que tanto a DGS também alerta, como as autoridades europeias, para um risco superior em pessoas com múltiplos parceiros sexuais.
A Noruega e a Hungria anunciaram esta terça-feira o primeiro caso confirmado nas suas fronteiras – aumentando para 25 os países com pessoas infectadas em países não endémicos. Existem ainda múltiplos casos suspeitos em todos os continentes, com o Brasil, por exemplo, a detectar dois possíveis infectados com VMPX nos estados do Ceará e de Santa Catarina.
DGS emite medidas de saúde pública
Esta terça-feira, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) tinha emitido uma orientação técnica de resposta ao surto de VMPX em Portugal, onde estabeleceu as medidas de saúde pública para conter a transmissão. As principais recomendações para os casos confirmados ou suspeitos são o isolamento físico até à queda das crostas, a privação de contactos próximos, a manutenção de abstinência sexual ou não partilhar roupa e objectos.
É recomendado ainda que haja uma higienização de superfícies e de objectos com os quais os casos confirmados ou suspeitos contactem, sendo referido também que não devem permanecer no mesmo espaço que crianças pequenas, grávidas ou pessoas imunodeprimidas. Deve também evitar-se o contacto com animais domésticos ou outros (como roedores), em caso de sintomas.
Os contactos de risco, que estiveram próximos com uma pessoa infectada, caso se mantenham assintomáticos não terão de fazer isolamento. A DGS aponta o período de contágio está correlacionado com o início dos sintomas e, portanto, podem continuar a trabalhar, frequentar a escola e manter a sua rotina.
As medidas de resposta convergem com o que já tinha sido avançado por outras entidades de saúde europeias.
Quanto à vacinação, a DGS continua a referir que está a ser avaliada, neste caso pelo Programa Nacional de Vacinação, a Comissão Técnica de Vacinação e o Infarmed com as autoridades internacionais competentes.