O outro lado dos guias de viagem

Pitorescos e Naifs: Do Guia Turístico ao View-Master, exposição que ocupa o Gabinete Gráfico do Museu da Cidade, no Porto, mostra-nos “um exercício especulativo sobre formas de abordar o desconhecido”, que podem ir de manuais de sobrevivência para turistas negros a roteiros por campos de batalha da I Guerra Mundial.

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Exposição PITORESCOS E NAIFS: DO GUIA TURÍSTICO AO VIEW-MASTER com curadoria de Rui Silva no Porto ADRIANO MIRANDA

Em 1886, Lee Meriwether lançava A Tramp Trip: How to See Europe on Fifty Cents a Day, um guia de viagens contracorrente e contraburguês, em que o autor propunha como viajar com pouco dinheiro no bolso, numa época em que o turismo era actividade exclusiva de uma classe privilegiada. As dicas low cost de Lee Meriwether passavam essencialmente por um modelo precursor do couchsurfing, o que na Europa do século XIX implicava dormir em fardos de palha ou – como aconteceu ao próprio autor, em Pompeia – habilitar-se a ser detido para poder passar a noite numa prisão sem gastar um cêntimo.

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