Quatro cordas prontas a ganhar o mundo

É um pequeno instrumento com uma ambição bem maior: ser classificado como património. Um disco exemplar serve-nos de guia aos vários sons do cavaquinho.

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Raquel Von Kaminaru

Houve tempos em que o cavaquinho era visto, em Portugal, apenas como um pequeno apêndice de formações maiores, ranchos folclóricos ou tunas estudantis. Até que um dia surgiu, num disco de capa amarela, exibido como instrumento solista, e isso mudou tudo. O disco, editado em 1981, chamava-se precisamente Cavaquinho e abria com um historial sintético do instrumento (“uma das espécies mais importantes do instrumental popular português”, dizia) que naquele momento e naquele disco mostrava “potencialidades harmónicas, melódicas e rítmicas que o colocavam para lá dessa ligação específica” — a “singela fluência” dos tocadores minhotos. O texto, elogioso para com o autor do disco, Júlio Pereira, era assinado pelo distinto etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990). E nele se dizia que, “tentando experiências e combinando estilos e modos de tocar diversos”, ali se abriam “novos horizontes e caminhos inéditos e originais” ao cavaquinho.

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