Covid-19: quarta fase de estudo serológico vai avaliar imunidade dos portugueses após a vacinação

O anúncio foi feito pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Os primeiros resultados devem ser conhecidos até final de Junho.

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Serão colhidas 4000 amostras de soro em território nacional Daniel Rocha

Trinta e seis hospitais públicos e 16 laboratórios privados participam na quarta fase do inquérito serológico nacional, que vai permitir avaliar a imunidade da população após a vacinação contra a covid-19, anunciou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

O trabalho de campo desta nova fase do estudo já arrancou e os primeiros resultados devem ser conhecidos até final de Junho. Segundo o instituto, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e os laboratórios privados envolvidos nesta quarta fase vão seleccionar cerca de 4000 amostras de soro, que serão colhidas em todo o território nacional e em pessoas de todos os grupos etários.

Desenvolvido pelos departamentos de epidemiologia e de doenças infecciosas do Insa, o inquérito serológico nacional tem como “objectivo conhecer a distribuição dos anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, por grupos etários e regiões”, permitindo monitorizar a imunidade da população após a implementação do programa de vacinação contra a covid-19, explicou.

De acordo com os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, 92% dos residentes em Portugal têm a vacinação completa e 62% já receberam a primeira dose de reforço da imunização contra o coronavírus SARS-CoV-2.

Este inquérito, que começou em Maio de 2020, é desenvolvido pelo Insa em parceria com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, Associação Portuguesa de Analistas Clínicos e vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde de todas as regiões de saúde.

Os resultados da terceira fase, divulgados em Dezembro de 2021, indicaram que a população com mais de um ano de idade tinha uma imunidade contra o SARS-CoV-2 de 86,4%, valores considerados consistentes com a cobertura vacinal na altura.

As regiões do Algarve e dos Açores foram aquelas em que se observou uma menor seroprevalência total (o nível de imunidade da população para a infecção), com 80,2% e 84,0%, respectivamente.

Os resultados indicaram também que os grupos etários abaixo dos 20 anos foram os que apresentavam seroprevalências totais mais baixas (17,9% entre 1-9 anos e 76,8% entre os 10-19 anos).

O nível de anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 foram mais elevados nas pessoas com três doses de vacina e nas que foram vacinadas e tiveram infecção, tendo sido os valores mais baixos estimados para o grupo de pessoas com uma única dose.