Anne Weber: “Se o protagonista fosse um homem não escolheria este modelo de narrativa”
A alemã Anne Weber tinha na cabeça a vida incrível de uma mulher que conheceu por acaso. Mas não quis escrever um romance convencional nem uma biografia. A epopeia foi a forma que encontrou para contar a história.
A história contada poderia ter sido ficcionada para a escrita de um livro de aventuras. Mas não é, foi real. Annette, Epopeia de Uma Heroína narra a vida da francesa Anne Beaumanoir, nascida em 1923 numa aldeia de pescadores da costa bretã. Aos dezanove anos, durante a Segunda Guerra Mundial, juntou-se a uma célula comunista da Resistência francesa. Lutou em Rennes, em Paris, em Lyon e em Marselha. Durante esse tempo, salvou da morte dois adolescentes judeus e um bebé. Depois do fim da guerra, foi médica, casou e teve filhos. Mas as injustiças não a deixaram continuar a ter uma vida burguesa: envolveu-se na luta pela independência da Argélia. Foi condenada a dez anos de cadeia. Várias peripécias depois, com uma fuga espectacular e uma passagem pela Tunísia, participou no primeiro governo argelino pós-independência, dirigido por Ben Bella.
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