Centenas de espécies na horta biológica (e no prato) da Quinta da Pacheca

Flores, frutícolas, ervas aromáticas e leguminosas. Há centenas de espécies a crescer numa horta biológica – que também irá servir o restaurante da unidade hoteleira. Destaque para a construção das infraestruturas da horta com materiais reutilizados da quinta.

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O manjericão-vermelho Quinta da Pacheca

Uma horta biológica com centenas de espécies entre flores, frutícolas, ervas aromáticas e leguminosas está a nascer na Quinta da Pacheca, num dos espaços da propriedade junto ao rio Douro. Hortícolas, leguminosas, raízes, flores e ervas aromáticas estão entre as espécies que brotam neste espaço repleto de abóboras, beringelas, cabaças, curgetes, melancias, melões, meloas, milho doce, pimentos padrón, tomates coração de boi, morangos, mirtilos e framboesas.

Do “cardápio” – e porque muitas das espécies vão parar aos pratos do restaurante da unidade hoteleira – também fazem parte o feijão-verde, as alfaces e as alcachofras, espinafres, rúcula selvagem, alho francês, beterraba, cebola, cenouras e rabanetes. Isto para além dos restantes “habitantes” que brotam no jardim (amores-perfeitos, ervilhas-de-cheiro, girassóis, cosmos, cravos-túnicos, capuchinhas e dálias) e entre as ervas aromáticas: a camomila, o cebolinho, os coentros, a cidreira, a lavanda, o manjericão, os orégãos, a salsa ou o tomilho.

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Muitas das espécies vão parar aos pratos do restaurante Quinta da Pacheca

Este é o primeiro passo do conceito Pacheca Nature e que, segundo os responsáveis da Quinta da Pacheca, visa um compromisso com a sustentabilidade e com o ambiente, podendo vir a ser “mais um motivo de atracção turística, num local onde a oferta é muito diversificada”. “Procuramos sempre criar momentos especiais para os nossos hóspedes e visitantes, porque é isso que nos diferencia”, considera Sandra Dias, directora-geral adjunta e responsável pela área de enoturismo. “Tudo o que fazemos na empresa tem uma preocupação com aquilo que é genuíno e autêntico, e esta horta biológica enquadra-se nesse conceito”, reforça.

Muitas das espécies que estão a ser plantadas serão usadas no restaurante, ajudando a moldar a carta ao sabor do que a terra fértil do Douro oferece. “Não seremos, para já, autossuficientes, mas já é muito importante ter na oferta do restaurante uma parte relevante do que as terras da Pacheca produzem, além do vinho”, sustenta Sandra Dias.

Em consolidação com o objectivo de sustentabilidade, destaca-se a construção de todas as infra-estruturas da horta com materiais reutilizados da quinta. A cerca, os canteiros, a estufa e o centro de compostagem foram criados de raiz e integralmente com paletas, paus e pedras da vinha, sobras de construções da área do hotel e da actividade agrícola e vitícola.

O centro de compostagem merece igualmente destaque neste projecto, pois para além de se usar as sobras orgânicas da cozinha, do hotel e das vinhas, o que antes seria desperdício tem agora como resultado um substrato rico para a nutrição do solo e, consequentemente, o aumento de saúde e produção das plantas da horta.

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A construção das infraestruturas da horta usou materiais reutilizados da quinta Quinta da Pacheca

A disposição da horta subdivide-se em três zonas. Mais a sul, há uma zona de canteiros em espiral, de formato curvilíneo, na sua maioria construídos com paralelos de calçadas, tijolos de garrafeiras antigas, pedras e paus da vinha. A zona central da horta é constituída por bancadas elevadas, formando um padrão harmónico com figuras geométricas rectangulares, um labirinto de túneis destinados ao crescimento de plantas trepadeiras. Na zona norte da horta existe ainda um canteiro keyhole, em forma circular, com um reservatório no centro, destinado a compostagem e, à volta deste, canteiros em forma de trapézio a fazer lembrar os raios do sol.

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