Uma questão de tempo, ou as tentações de Mefistófeles no São Carlos
O Faust de Gounod agora levado à cena em Lisboa levanta o problema da actualidade do repertório operático mais tradicional e repetido. Vale a pena? Vale, porque há excelentes cantores e pode haver boas ideias cénicas. Não vale, porque há coisas que não se podem resgatar.
Começa bem este Faust de Charles Gounod agora em cena no Teatro Nacional de São Carlos, com uma criada a dar banho a um velho homem ainda durante a abertura sinfónica. Sabemos que é o doutor Fausto. E a criada, quem será? Um enorme pêndulo balança no centro do palco. Ora aí está: é uma questão de tempo. Tempo da vida, que não coincide com o tempo dos relógios.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.