Viva o sargo da Costa Vicentina: Aljezur, Sagres, Rogil e Odeceixe fazem a festa à mesa
O Festival Sargo da Costa Vicentina decorre nos concelhos de Aljezur e Vila do Bispo para valorizar o sargo local em colaboração com a Universidade de Coimbra. Sim, saboreia-se em duas dezenas de restaurantes de 20 a 29 de Maio, mas há também workshops e acções de sensibilização.
Sargo da Pedra da Agulha com Batata-doce de Aljezur no Paulo da Arrifana. Sargo grelhado no carvão com alho e limão, acompanhado com batata-doce e legumes da horta no Adelino de Odeceixe. Sargo frito com migas de alho e coentros no III Geração de Aljezur. Cataplana de Sargo perfumada com gambas na Cervejaria Mar de Aljezur. Sopa de Sargo, percebe e berbigão na Praia do Canal. Sargo no fogo, “como se fazia na praia nos anos 70, 80” no Carlos de Sagres.
Este foi, provavelmente, um dos mais apetitosos primeiros parágrafos dos últimos tempos. O que é natural: são alguns dos pratos destacados pelos restaurantes aderentes ao Festival Sargo da Costa Vicentina – por terra e mar de Aljezur, Sagres, Carrapateira-Bordeira, Rogil e Odeceixe, de 21 a 29 de Maio. O festival tem mais que se lhe diga, mas que melhor chamariz do que as formas como a estrela do evento vai brilhar nas mesas da região?
O festival, de facto, não se fica pelas artes de bem cozinhar, bem comer. Iniciativa conjunta dos municípios de Aljezur e de Vila do Bispo, é tanto um piscar de olhos aos turistas da gastronomia local como um projecto de valorização ao seu sargo: há acções paralelas de sensibilização e informação sobre o divino peixe, riqueza local e não só, graças a uma parceria com a Universidade de Coimbra no âmbito do projecto Valsargo – Valorização do Sargo da Costa Vicentina, informam as autarquias.
Eu vi um Valsargo
Enquanto nos restaurantes se podem provar os pratos dedicados ao sargo, do mais clássico e sabiamente simples a propostas de autor, participar em degustações ou workshops e cozinha, pelas escolas haverá palestras e concurso (curiosamente chamado “Eu Vi um Sargo”, que “desafiará as Escolas do 1º ciclo a apresentarem trabalhos” sobre o peixe).
No dia de abertura do festival, a 21 de Maio, decorrem também as Jornadas do Sargo da Costa Vicentina, no Centro Interpretação da Lota de Sagres, pelas 10h, altura em que será apresentado o projecto Valsargo, seguindo-se uma mesa-redonda com especialistas no tema.
Segundo os responsáveis pelo projecto, este quer também fomentar “a pesca artesanal e o aumento do potencial turístico da região”. A base: “um profundo conhecimento sobre o produto a valorizar, através de investigação científica de excelência”, e a “avaliação das suas potencialidades nos mercados turístico e dos produtos de pesca”. Não se pretende apenas um trabalho que se fique pela academia, mas conseguir “uma estreita ligação com os principais agentes locais” ("associações de pescadores; profissionais do turismo e restauração; comunidade escolar"). A meta: “potenciar a sua divulgação e impacto”, “contribuir para o desenvolvimento sustentável da região”.
Além do festival, o Valsargo participa noutras iniciativas, entre a “elaboração de estudos científicos sobre a pesca do sargo”, das “suas propriedades nutricionais”, “um guia de oportunidades de negócio”, “acções de marketing e promoção” do peixe fora e dentro do país.