Uma mão-cheia de candidatos na festa dos 50 anos do WRC
Arranca hoje a 55.ª edição do Rali de Portugal, a quarta das 13 etapas do Campeonato do Mundo. Com base na Exponor, em Matosinhos, a prova irá percorrer as estradas do Norte e Centro do país até domingo
Com uma centena de equipas inscritas - o número mais alto no Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) até agora -, 1.535,35 quilómetros de percursos, dos quais 343,3 cronometrados, e uma mão-cheia de candidatos à vitória, a 55.ª edição do Rali de Portugal arranca hoje em Lousada e, até ao próximo domingo, vai percorrer troços emblemáticos a Norte e Centro do país – haverá superespeciais em Coimbra, Lousada e no Porto. Com a prova portuguesa a ser escolhida pela FIA para celebrar os 50 anos do WRC, entre os favoritos à vitória há pesos-pesados (Sébastien Loeb, Sébastien Ogier, Ott Tanak, Dani Sordo ou Thierry Neuville), mas também a sensação do Mundial deste ano: o jovem finlandês Kalle Rovanperä.
Com previsões meteorológicas favoráveis e seis vencedores diferentes desde que a prova regressou ao Norte de Portugal em 2015, o Rali de Portugal 2022 tem este ano um aditivo que promete tornar ainda mais atractiva a quarta prova do ano do WRC.
Escolhido pelo promotor do campeonato para assinalar os 50 anos do Mundial de ralis, Portugal receberá a presença de carros históricos, como o Fiat 131 Abarth, o Alpine-Renault A110, o Lancia Rally 037, o Lancia Delta S4, o Lancia Delta Integrale, o Opel Ascona 400 ou o Audi Quattro, que podem ser vistos na Exponor, em Matosinhos - o acesso é gratuito.
Para além de algumas das máquinas que marcaram a prova na última metade de século, também vão estar no Rali de Portugal alguns dos pilotos que fizeram a diferença na disciplina nos últimos anos, como Markku Alén, Marcus Grönholm, Carlos Sainz, Miki Biasion ou Ari Vatanen.
Porém, os cabeças de cartaz de uma prova sem um vencedor anunciado serão Loeb (Ford Puma Rally 1), Ogier (Toyota GR Yaris Rally 1) - os franceses são os mais titulados da história do campeonato e regressam ao WRC após terem competido em Monte Carlo -, ou o trio da Hyundai Shell Mobis WR: Thierry Neuville, Ott Tänak e Dani Sordo.
O lote de candidatos à vitória não se cinge, no entanto, a consagrados. Vencedor este ano na Suécia e na Croácia, Kalle Rovanperä tornou-se em 2021 no mais jovem piloto de sempre a vencer uma prova do WRC (20 anos e 290 dias) e o seu Toyota Yaris WRC será dos mais temidos pela concorrência, embora o finlandês de 21 anos tenha um enorme obstáculo em Portugal: é o primeiro a partir para a estrada, e, amanhã, terá certamente dificuldades nas primeiras passagens pela Lousã, Góis, Arganil e Mortágua, onde terá que “limpar” a estrada na primeira prova de terra do ano.
Com o arranque da competição a acontecer na manhã de hoje no tradicional shakedown em Baltar, os primeiros quilómetros cronometrados das 22 classificativas vão ser disputados já de noite, em Coimbra, com a primeira das três superespeciais: será um percurso de cerca de três quilómetros desenhado no perímetro urbano.
Amanhã, haverá o primeiro dia completo de prova, com os três emblemáticos troços no Centro do país - Lousã, Góis, Arganil - a serem percorridos duas vezes, havendo ainda 18,16 km de classificativa em Mortágua, antes do regresso ao Norte onde haverá, a partir das 19h03, a superespecial de Lousada.
No sábado, com a promessa de muito calor, o Rali de Portugal fixa-se de vez a Norte, com as classificativas de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, terminando o dia com a superespecial do Porto, que terá como palco a envolvência do Forte de S. João Batista, na Foz.
O último dia do rali será domingo e contempla as “especiais” de Felgueiras, Montim e Fafe, tendo a segunda passagem pelo troço fafense o estatuto de power stage, premiando os cinco primeiros com pontos adicionais.