Ministra do Interior da Letónia demite-se após polémica em torno de monumento soviético
Demissão acontece depois de várias petições do partido Aliança Nacional, que integra a coligação do Governo. Polémica em torno do monumento soviético em Riga começou depois da divulgação de imagens nas redes sociais que mostravam um bulldozer a depositar no lixo ofertas de flores colocadas no local no Dia da Vitória.
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A ministra do Interior da Letónia, Marija Golubeva, demitiu-se esta segunda-feira após diversas petições emitidas pela Aliança Nacional (AN), membro da coligação de Governo letão e após uma polémica em torno de um monumento soviético em Riga, a capital.
A AN, nacionalista e conservadora, tinha exigido a demissão da ministra e ameaçou com a retirada dos ministros da sua formação no Governo chefiado pelo primeiro-ministro, Krisjanis Karins. Marija Golubeva é membro do partido liberal Pelo Desenvolvimento (APar).
Os pedidos de demissão foram reforçados após uma concentração não autorizada de letões russófonos a 10 de Maio destinada a celebrar o final da Segunda Guerra Mundial frente ao monumento, e que serviu de justificação para o Parlamento e a câmara de Riga aprovarem o derrube do monumento.
Os acontecimentos de 10 de Maio foram aparentemente suscitados por vídeos nas redes sociais que exibiam um ‘bulldozer’ a recolher e a depositar no lixo as ofertas de flores colocadas no dia anterior, quando no mundo russófono se celebra oficialmente a data da derrota da Alemanha nazi.
Apesar de representantes do município se terem referido a uma “prática habitual”, as imagens ofenderam centenas de membros da minoria étnica russa ortodoxa, cerca de 25% da população do país, que voltaram a deslocar-se ao local para repor as coroas de flores e manifestarem-se, antes de serem dispersos pela polícia ao início da noite, que foi acusada de ignorar o desrespeito pela “ordem pública” e a exibição de símbolos soviéticos e russos.
Representantes dos quatro partidos que formam o Governo de Karins promoveram esta segunda-feira uma reunião extraordinária, que antecedeu o conselho de ministros de terça-feira e o plenário do Parlamento.
Diversos círculos políticos consideram que a Aliança Nacional efectuou uma manobra populista a poucos meses das eleições legislativas de 1 de Outubro e que o seu objectivo visava Golubeva, de origem russa e homossexual (a segunda pessoa com esta orientação no Governo para além do chefe da diplomacia, Edgars Rinkevics), indicou a agência noticiosa Efe.
No entanto, desconhece-se se a Apar apresentará um substituto ou se o primeiro-ministro vai recorrer aos restantes partidos da coligação para apresentarem um candidato.