Novo Presidente sul-coreano oferece plano económico “ousado” em troca da desnuclearização da Coreia do Norte

No seu discurso de tomada de posse, Yoon Seok-yeol sublinhou a “ameaça” das armas nucleares para toda a região e descreveu a situação na península coreana como “muito grave”. Mas prometeu dialogar com Pyongyang.

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Conservador Yoon Seok-yeol foi eleito em Março. Sucede ao liberal Moon Jae-in Reuters/POOL

O novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Seok-yeol, revelou esta terça-feira, no seu discurso de tomada de posse, que tem “um plano ousado” para melhorar a economia da Coreia do Norte, caso Pyongyang abandone as suas aspirações nucleares.

“Sendo os programas de armas nucleares da Coreia do Norte uma ameaça, não apenas à nossa segurança, mas à do Nordeste asiático, a porta do diálogo vai permanecer aberta, para que possamos resolver esta ameaça de forma pacífica”, afirmou o sucessor de Moo Jae-in.

“Se a Coreia do Norte embarcar genuinamente num processo para alcançar a desnuclearização, estaremos prontos para trabalhar com a comunidade internacional e apresentar um plano ousado que fortalecerá enormemente a economia da Coreia do Norte e melhorará a qualidade de vida do seu povo”, prometeu o político conservador, num discurso perante cerca de 40 mil pessoas, nos jardins da Assembleia Nacional, em Seul.

Entre os convidados estavam o vice-presidente chinês, Wang Qishan, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi, e o marido da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, Douglas Emhoff.

Yoon acredita que o desarmamento da Coreia do Norte trará “paz e prosperidade” à península, mas ordenou aos comandantes militares que mantenham a prontidão militar, uma vez que, sublinhou, “a situação de segurança na península coreana” é “muito grave”.

O antigo procurador-geral sul-coreano venceu as eleições presidenciais de Março por apenas 247 mil votos (0,07% do total), derrotando o liberal Lee Jae-myung.

O candidato do Partido do Poder Popular iniciou um mandato único de cinco anos, à meia-noite, com uma videoconferência com o chefe do Estado-Maior Conjunto, Won In-choul, na qual se discutiu a situação na vizinha Coreia do Norte.

O país de Kim Jong-un realizou 15 lançamentos de mísseis balísticos desde o início do ano, o último dos quais no sábado. Observadores indicaram que, nos últimos meses, imagens obtidas por satélite mostram sinais de que o regime está a preparar-se para realizar um teste nuclear no Nordeste do país.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se de emergência na quarta-feira, a pedido dos Estados Unidos, para debater os mais recentes testes da Coreia do Norte, indicaram na segunda-feira fontes diplomáticas.

No seu discurso, Yoon também referiu as divisões internas e a polarização política dos últimos meses na Coreia do Sul, apresentando o crescimento económico como uma solução para esses problemas.

“A nossa sociedade é atormentada por divisões e conflitos sociais que ameaçam a nossa liberdade e a nossa ordem democrática liberal”, disse o novo Presidente. “Acho que não podemos superar esse problema sem primeiro alcançar um crescimento rápido e sustentável”, que “só será possível por meio da ciência, tecnologia e inovação”.

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