Uma forte explosão destruiu, esta sexta-feira, o Hotel Saratoga, no centro de Havana Velha, em Cuba. De acordo com a presidência de Cuba, as investigações preliminares indicam que foi uma fuga de gás que esteve na origem da explosão e rejeitam a tese de ataque terrorista. Pelo menos 25 pessoas morreram e 64 ficaram feridas.

O primeiro balanço, feito na sexta-feira, dava conta de 18 vítimas mortais, mas as equipas de socorro retiraram mais corpos dos escombros, indicou um representante do Partido Comunista de Cuba (PCC, no poder e único legal), em declarações ao canal Televisión de Cuba. Os feridos foram encaminhados para unidades hospitalares próximas do local.

O presidente da Câmara de Havana, Alexis Acosta Silva, acrescenta que havia uma instalação de gás a decorrer. O cozinheiro do hotel sentiu o cheiro e percebeu que tinha existido uma fuga na mangueira de abastecimento.

Em entrevista à Televisão Cubana (TVC), o coordenador do Governo de Havana, Orestes Llanes Mestre, revelou que o número de mortes havia subido mas não deu novas informações sobre os feridos, que na última contagem eram 64, entre os quais 50 adultos (18 graves e críticos) e 14 menores (três críticos e dois graves).

O Ministério das Relações Exteriores de Espanha anunciou, por sua vez, que entre os mortos está um cidadão espanhol, mas as autoridades cubanas não divulgaram ainda informações sobre os mortos.

Ao longo da noite, os trabalhos de remoção de entulhos e de resgate continuaram no local do acidente, rodeadas por fortes medidas de segurança face ao risco de desprendimentos.

O acidente, que ocorreu às 10h50 locais (15h50 de Portugal continental), provocou o desabamento da fachada do hotel e de parte do edifício residencial adjacente. Os veículos que passavam pelo local no momento da explosão também foram atingidos.

O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, que visitou o local logo após o ocorrido, destacou que foi um “infeliz acidente” e descartou totalmente que tenha sido uma “bomba” ou um “ataque”.

As imagens reveladas pela imprensa local mostram pelo menos quatro dos seis andares do edifício praticamente destruídos pelo fumo e chamas que, entretanto, deflagraram, mas as autoridades estimam que os danos se tenham estendido aos dois restantes pisos. De acordo com o El País, a quantidade de destroços do edifício presentes na rua ultrapassa a altura de um humano adulto.

Momentos depois da explosão, as autoridades cubanas evacuaram vários edifícios próximos do hotel, entre os quais uma escola e o Capitólio, antiga sede do Governo cubano. O site de notícias El Toque acrescenta que um dos alunos sofreu ferimentos ligeiros numa perna, mas os restantes estão bem. As autoridades policiais montaram um perímetro de segurança no local, uma vez que existe risco de colapso.

Numa mensagem divulgada na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros do México, Marcelo Ebrard, lamentou o sucedido e envio uma mensagem de solidariedade “às vítimas, feridos e ao povo irmão”. Ebrard confirmou ainda que o Presidente mexicano, Andrés Obrador, mantém a visita a Cuba agendada para este sábado.

O edifício, construído em 1880 e a funcionar como hotel desde 1933, foi renovado por uma empresa britânica depois da dissolução da União Soviética, em 1991. As cinco estrelas conferiam-lhe a designação de um dos hotéis mais luxuosos de Havana, que hospedava governantes e figuras públicas.

Fechado há dois anos devido à pandemia, o Saratoga preparava uma inauguração para o próximo dia 10 de Maio, pelo que os funcionários do hotel estavam dentro do edifício a ultimar os preparativos.