Surto de hepatite aguda infantil é tema “muito urgente”, diz director regional da OMS para emergências

O surto “de origem desconhecida” foi anunciado pela OMS a 15 de Abril e afecta crianças com idades entre um e 16 anos, com inflamação do fígado e, “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.

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O responsável da OMS Europa salientou que é no Reino Unido que se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral activos EPA/ANDY RAIN

O surto de hepatite aguda infantil verificado em vários países europeus é uma situação “muito urgente” a que a Organização Mundial de Saúde está a dar prioridade, afirmou nesta segunda-feira o director regional para emergências daquela agência.

“É muito urgente. Estamos a dar prioridade absoluta a isto e a trabalhar de muito perto com o Centro Europeu de Controlo de Doenças e com o Reino Unido, onde está a grande maioria dos casos”, disse aos jornalistas Gerald Rockenschaub à margem de um encontro com as autoridades de saúde portuguesas no Infarmed, em Lisboa.

O responsável da OMS Europa para as situações de emergência salientou que é no Reino Unido que se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral activos.

O surto “de origem desconhecida” foi anunciado pela OMS a 15 de Abril e afecta crianças com idades entre um e 16 anos, com inflamação do fígado e, “em muitos casos”, sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.

Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.

“Até agora, não é totalmente claro [o que provoca a doença]. Há indicação de que um adenovírus possa ser responsável, mas estamos a trabalhar com outros países afectados para recolher informação, avançar na investigação e chegar rapidamente ao fundo disto e tomar medidas para evitar mais contágios”, declarou Gerald Rockenschaub.

A OMS está a receber relatos de mais casos em países para além do Reino Unido, que “activaram os seus mecanismos de vigilância para identificar especificamente casos destes”, acrescentou.

O Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efectuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.

A Secretaria-Geral da Saúde anunciou a criação de uma task force de “acompanhamento e actualização” do surto mundial de hepatite aguda em crianças.

Além da região europeia, foram também detectados casos nos Estados Unidos da América.