PS contraria Marcelo e afasta reforço do orçamento da Defesa
A vice-presidente da bancada parlamentar socialista diz que aumentar a dotação orçamental da Defesa é uma questão que “não se coloca” nesta fase. Em entrevista ao Negócios, Jamila Madeira garante que alterações ao Orçamento do Estado só “o mais possível neutrais”.
Não obstante os reiterados pedidos do Presidente da República, o PS recusa reforçar a dotação orçamental para a Defesa. A deputada Jamila Madeira, vice-presidente da bancada parlamentar socialista, garantiu que “neste momento não se coloca um reforço do orçamento da Defesa”.
Jamila Madeira sublinha que a haver mudanças na proposta de Orçamento do Estado para 2022, que é discutida e votada na generalidade esta quinta e sexta-feira, serão “o mais possível neutrais”.
A propósito do repto presidencial com vista ao aumento do orçamento da Defesa, a parlamentar recorda ainda que o ministro das Finanças, Fernando Medina, já “deixou bem claro” que o Governo não deixará de “assimilar responsabilidades que venham a ser potencialmente assumidas”, desde logo no quadro da NATO.
No discurso do 25 de Abril que fez no Parlamento, e na antecâmara do debate orçamental, Marcelo Rebelo de Sousa pediu um reforço para o sector da Defesa, considerando que "se não o fizermos, outros o exigirão por nós e depois não nos queixemos". Esta quarta-feira, o Presidente da República voltou ao tema e defendeu a necessidade de haver "condições apelativas” na carreira das Forças Armadas.
No seguimento do pedido de Marcelo feito no 25 de Abril, o PSD adiantou ao PÚBLICO que irá propor, em sede parlamentar, mais verbas para a Defesa, com o deputado social-democrata Carlos Eduardo Reis a considerar “incompreensível que tenha de ser o Presidente da República a alertar para este problema”.
Uma das propostas que o PSD fará passa pela revisão da tabela remuneratória das Forças Armadas.
O Governo inicia esta quinta-feira o debate da proposta do OE2022 sem ter encetado contactos prévios com os restantes partidos com assento parlamentar.