A opinião dos especialistas é cada vez mais consensual, mas ainda há quem tenha dúvidas. Afinal, qual das duas opções é mais ecológica: um banho ou um duche?

A ideia de que um banho de imersão gasta menos água do que um duche porque num duche ela está sempre a correr não corresponde à verdade. Martyn Bridges, da empresa britânica Worcester Bosch, fabricante de caldeiras e outros dispositivos de aquecimento, disse recentemente ao jornal britânico The Guardian que uma pessoa gasta muito mais água a encher a sua banheira do que a tomar um duche mais ou menos curto.

Bridges referiu que “um banho típico requer à volta de 90 litros de água” — cerca de “60 litros de água quente e 20 a 30 de água fria” —, ao passo que uma cabeça de chuveiro “comum” liberta “aproximadamente nove litros por minuto” — sendo que a instalação de um redutor de caudal ajuda à redução dos gastos. Ou seja: um duche ficará sempre mais em conta do que um banho, contanto que não dure mais do que dez minutos.​

E essa é a duração que por norma se entende como ideal. Melissa Wood, directora da clínica dermatológica londrina Skin Emporium, afirmou em Agosto de 2020 à revista britânica Glamour que, em termos higiénicos, um duche de dez minutos (ou até mesmo pouco menos) chega e sobra, garantindo a remoção do suor, de células mortas e de impurezas. No mesmo artigo, o farmacêutico Abbas Kanani dava o alerta: um duche de “menos de cinco minutos pode não ser suficiente para limpar o corpo”, o que pode levar ao surgimento de “infecções bacterianas ou fúngicas”.

Em suma: quem quiser optar pela via mais ecológica deve optar por duches entre os cinco e os dez minutos. E pode servir-se de várias tácticas para reduzir o desperdício, mantendo a torneira fechada enquanto se ensaboa, por exemplo. Outra dica comum: tomar duche com um balde dentro da cabine. Assim, uma parte da água libertada pelo chuveiro pode ser reaproveitada.​