Porquê o Azul?
O aquecimento global, o buraco do ozono, a degradação dos ecossistemas e o corolário da crise climática foram ganhando espaço na atenção dos seres humanos depois da Conferência do Rio de Janeiro, em 1992. Hoje, as ameaças provocadas pelas alterações climáticas assumiram uma dimensão existencial. Tornaram-se uma questão incontornável do presente e um desafio gigantesco para o futuro e o jornalismo que fazemos precisa de acolher esta transformação.
A crise climática é a grande causa política das novas gerações, um problema geopolítico mundial e um tema incontornável da discussão pública contemporânea. O PÚBLICO quer ter mais presença nesse debate e para o conseguir passa a ter uma secção especialmente dedicada a estes temas. Chama-se Azul. E terá a mesma relevância das secções tradicionais que estruturam a redacção do jornal (Internacional, Local, Sociedade, Política, etc.)
Como nasceu o Azul?
O Azul nasce da constatação de que o número de jornalistas dedicados às questões do ambiente e a sua dispersão por diferentes secções (se for um tema de energia, trata a Economia, se for de poluição, trata a Sociedade, se for uma reunião do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, trata a Ciência…) não providenciavam informação regular e profunda aos nossos leitores. Era preciso afinar a sintonia entre o que permanece imutável e o que surgiu de novo na vida das pessoas e das nações. O Azul resulta do cruzamento dessas constatações: é preciso investir mais na agenda do ambiente para sintonizar o jornalismo com o espírito do tempo, disponibilizando aos leitores mais e mais profundamente chaves de reflexão e compreensão dos desafios abertos pela crise climática.
Quem faz o Azul?
O Azul manterá a sua ambição de ser um jornal nacional e terá a sua equipa nas duas redacções de Lisboa e Porto. As suas editoras serão Teresa Firmino, em Lisboa, e Andrea Cunha Freitas, na redacção do Porto. Reúne uma equipa de dez pessoas, entre jornalistas experimentados como Clara Barata e jovens recém-chegados à profissão, como Daniel Dias. Terá jornalistas já com uma vasta cultura digital como Claudia Carvalho Silva, Andréia Azevedo Soares ou Nicolau Ferreira (os dois últimos regressam ao PÚBLICO após seguirem outras vidas profissionais no estrangeiro). O Azul terá também uma infográfica, Gabriela Goméz, uma jornalista multimédia, Vera Moutinho e, em breve, um webdesigner dedicado. Numa lógica de transversalidade, que faz parte da cultura do jornal, outros jornalistas de outras secções podem trabalhar para o Azul. E vice-versa.
Quais são as prioridades editoriais do Azul?
O Azul abraçará toda a agenda do ambiente e da crise climática à luz dos seus princípios e valores editoriais, registados sob a forma de pacto com os leitores no seu Livro de Estilo e no Estatuto Editorial do Azul. Este projecto jornalístico tem por base o rigor dos factos e por método a verificação, o acesso a fontes credíveis, a razão e a ciência que fundamentam as respostas que o IPCC, governos, ONG e outras instâncias internacionais têm proporcionado nos últimos anos à crise.
Queremos ser uma plataforma na qual cidadãos, cientistas ou associações dedicadas às causas do ambiente se possam encontrar e cruzar experiência e saberes. O Azul terá uma forte preocupação formativa, estando em concreto previstos trabalhos e iniciativas editoriais especialmente dirigidas para os mais jovens em colaboração do com o nosso projecto de literacia mediática Público na Escola.
Como ler o Azul?
O Azul é um projecto essencialmente digital, por isso acessível em vários suportes informáticos ligados à Internet. Todos os textos, infografias ou vídeos produzidos pela sua equipa serão de acesso gratuito, sendo necessário apenas proceder a um registo — a gratuitidade deste projecto deve-se ao apoio financeiro dos nossos parceiros. Os trabalhos do Azul poderão também ser publicados na edição impressa do PÚBLICO, de acordo com a sua pertinência ou significado editorial.
Como se financia o Azul?
O Azul é um projecto co-financiado por uma rede de quatro parceiros (Fundação Calouste Gulbenkian e Biopolis, os parceiros principais, a Lipor e a Sociedade Ponto Verde), seguindo um modelo de cooperação e mecenato cada vez mais frequente em projectos jornalísticos na Europa e nos Estados Unidos. Este financiamento serve para a criação de uma parte substancial de uma nova equipa, cabendo ao PÚBLICO indicar a parte restante, para lá de outros recursos ao nível da tecnologia, da fotografia, design, etc.
Porquê estes parceiros?
O primeiro critério para a escolha dos parceiros são as suas competências nas áreas do ambiente, a sua responsabilidade social e os seus compromissos com as estratégias em favor da neutralidade carbónica. Publicamente, são reconhecidos pelos serviços públicos que prestam. Da mesma forma, todos são promotores de iniciativas ou de conhecimento sobre as questões ambientais — a Biopolis, o parceiro menos conhecido por ser o mais recente, é um projecto científico financiado pela União Europeia que reunirá várias empresas, universidades e uma rede de cientistas nacionais e estrangeiros.
Quem garante a independência editorial do Azul?
Em primeiro lugar, a equipa que o faz, a Direcção Editorial do jornal e as demais instâncias internas de escrutínio da independência editorial. Ou seja, a cultura editorial do PÚBLICO, base da relação de confiança que mantém com os seus leitores, será integralmente preservada. A relação entre o jornal e os seus parceiros será feita por um Conselho Consultivo cujo regulamento é público. As actas das suas reuniões serão igualmente públicas. Os parceiros e o jornal reconhecem que uma condição crítica para o sucesso do Azul passa pela transparência e pelo respeito integral das regras profissionais e deontológicas do jornalismo consagradas na lei.
Como posso apoiar o Azul?
A relação do Azul com os seus leitores é importante. A participação dos nossos leitores com sugestões, críticas ou opiniões é sempre enriquecedora para nós. Igualmente importante é o seu apoio ao jornalismo de qualidade que fazemos. O Azul existe porque foi financiado por parceiros e porque o PÚBLICO existe. Torne o nosso jornalismo mais forte, tornando-se nosso assinante — o que lhe permitirá aceder a todo o jornal sem qualquer tipo de restrição.