JS defende PS a dialogar à esquerda e reformas ambiciosas do Governo para os jovens

Miguel Costa Matos reconhece que nas últimas legislativas, socialistas não venceram entre os jovens.

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Líder da JS quer reformas ambiciosas para os jovens Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral da Juventude Socialista (JS) reconhece que os jovens foram quem menos votou no PS nas últimas eleições legislativas, e considera que as respostas passam por reformas ambiciosas e pela manutenção do diálogo à esquerda.

“Nos próximos quatro anos e meio de Governo, o PS tem de conseguir responder aos desafios estruturais da condição de ser jovem em Portugal. Sendo a geração mais qualificada de sempre, é também a geração mais precária de sempre”, afirmou, este sábado, à agência Lusa Miguel Costa Matos, também deputado socialista.

Interrogado se a menor percentagem de voto jovem alcançada pelo PS nas últimas eleições traduz alguma insatisfação desta faixa etária em relação aos últimos seis anos de governos socialistas, o secretário-geral da JS declarou que “a única forma de o PS responder é com reformas”.

“Reformas feitas com espírito de diálogo e continuando o diálogo no espaço da esquerda. É preciso construir respostas que sejam transformadoras da vida dos jovens”, sustentou. Segundo o líder da JS, “é preciso continuar a combater a precariedade” laboral, fenómeno que atinge sobretudo os trabalhadores jovens.

“Temos também de combater os baixos salários. Cerca de dois terços dos jovens ganha menos de 950 euros por mês e é muito difícil saírem de casa dos pais”, apontou. Miguel Costa Matos observou a seguir que “já há evidências de progressos no emprego jovem”, mas, no Ensino Superior, por exemplo, “é preciso fazer o extra que falta, proporcionando aos jovens condições de futuro em Portugal”.

“Se isso for feito, tenho toda a confiança de que os jovens reforçarão a sua confiança no PS”, advogou. Questionado se os dois anteriores governos liderados por António Costa deram prioridade aos pensionistas, secundarizando os mais jovens, o secretário-geral da JS recusou esse dualismo.

“Os governos do PS deram - e bem -- prioridade à valorização das reformas, respeitando as pessoas que trabalharam uma vida inteira. Mas também houve reforços na habitação jovem, na redução do valor das propinas e no aumento das bolsas no Ensino Superior”, defendeu. Miguel Costa Matos apontou ainda medidas que contribuíram para “reduzir o número de alunos por turma e os investimentos feitos nos ensinos Básico e Secundário público” ao longo dos últimos seis anos.

“Não faltam conquistas para os jovens, mas falta, de facto, reconhecermos que este é um problema mais lato do que seis anos de governos. As reformas que vamos fazer nos próximos quatro anos e meio, que concluem uma década de governação do PS, devem ser as mais ambiciosas possíveis. A solução é pelo caminho das reformas”, realçou. Em relação às últimas eleições legislativas, que os socialistas venceram com 41,37% e com maioria absoluta de deputados, Miguel Costa Matos reconheceu que, “de facto, na população jovem, o PS não conseguiu ter uma votação tão expressiva como em outros segmentos da população”.

“A única maneira de responder é com trabalho e com reformas que melhorem as condições de vida dos jovens. Precisamente por termos maioria absoluta no parlamento, temos de dar provas de que dialogamos ainda mais, procurando também capacitar o partido do ponto de vista dos canais de comunicação”, acrescentou.