Patagónia, apontamentos de viagem
A leitora Maria Goreti Catorze começou a sua viagem à Patagónia argentina com os livros de Luis Sepúlveda e Bruce Chatwin e depois comprovou, in loco, a sua beleza deslumbrante do universo primordial.
Estas são algumas das imagens que escolhi para ilustrar a minha viagem à Patagónia argentina. Sem este registo fotográfico era apenas uma memória individual. Assim, não só posso rever a cor desses instantes como partilhá-los convosco.
A Patagónia tem a beleza deslumbrante do universo primordial, raras vezes modificado pelo homem, como no caso das castoreiras do Parque Nacional da Terra do Fogo: os castores foram levados pela mão humana desde o Canadá até estas “terras do fim do mundo” e é assim que destroem a floresta numa única noite! Mas o resto são as magníficas colónias de pinguins de Magalhães em Punta Tombo, os elefantes e leões-marinhos e a baleia franco-austral da península Valdés, os corvos e lobos-marinhos das ilhotas do canal Beagle e os imponentes glaciares do Parque Nacional dos Glaciares.
Falta dizer que a minha viagem à Patagónia começou muito antes de ter olhado pela primeira vez o céu ilimitado ou as extensões semidesérticas de terra castanha: começou com a grande viagem que é sempre a literatura, sobretudo com os livros do Luis Sepúlveda e do Bruce Chatwin.
Como sabem, os livros têm a vantagem, em relação à estética das fotografias, de terem paisagens imaginadas e personagens inventadas que são simultaneamente pessoas reais e com elas viajamos ao interior de nós mesmos, mergulhamos nos mares gélidos de Ushuaia e sorrimos com o cuidado com que os guanacos adultos cuidam dos seus filhotes nas creches ao ar livre.
Espero que as minhas imagens completem as vossas leituras e que contribuam para que a vossa viagem seja ainda mais emocionante!
Maria Goreti Catorze