Mais de 150 palestinianos feridos em ataque da polícia de Israel na Mesquita de Al-Aqsa
Forças de Israel dizem que entraram na mesquita quando os muçulmanos palestinianos começaram a apedrejar judeus israelitas no Muro das Lamentações. Repórter da Al-Jazira diz que o ataque não foi provocado.
Pelo menos 152 palestinianos ficaram feridos e mais de 300 foram detidos, na madrugada desta sexta-feira, durante um assalto da polícia de Israel à Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, logo após as orações da manhã.
Segundo as autoridades israelitas, as forças de segurança entraram em acção quando um grupo de palestinianos começou a lançar pedras em direcção aos judeus que estavam reunidos no Muro das Lamentações — uma outra parte do complexo a que os muçulmanos chamam Mesquita Al-Aqsa/Haram al-Sharif (Nobre Santuário), e a que os judeus chamam Monte do Templo.
No local, a repórter Najwan al-Samri, do canal Al-Jazeera, disse que a polícia israelita entrou na mesquita sem qualquer pretexto e atacou os fiéis logo após as orações da manhã, no terceiro local mais sagrado para o islão (depois de Meca e Medina), e numa altura em que os muçulmanos celebram o mês do Ramadão.
A jornalista disse também que a intervenção da polícia de Israel surge na sequência de apelos, nos grupos judaicos mais extremistas, à entrada das forças israelitas na Mesquita Al-Aqsa durante o período da Páscoa judaica.
Este ano, o mês do Ramadão (de 1 de Abril a 1 de Maio) coincide com as celebrações da Páscoa judaica (15 de Abril a 23 de Abril) e da Páscoa cristã (17 de Abril), o que contribui para agravar as tensões após duas semanas de ataques de palestinianos em Israel e de operações de retaliação israelitas.
Desde 22 de Março, 14 israelitas foram mortos em ataques lançados por palestinianos em Israel, e 16 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas nos territórios ocupados da Cisjordânia.
A situação pode agravar-se ainda mais nas próximas horas, à medida que dezenas de milhares de fiéis de muçulmanos começarem a dirigir-se para a Mesquita Al-Aqsa para as orações da tarde.
Após os confrontos na madrugada deste sábado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de terem dificultado a chegada de ambulâncias ao local.
Teme-se que a mais recente onda de violência seja um prelúdio para a repetição do que aconteceu em Junho de 2021, quando o Exército israelita atacou a Faixa de Gaza durante 11 dias. Nesse período, morreram 248 pessoas em Gaza vítimas de ataques israelitas, e em Israel morreram 13 por disparos de rockets a partir de Gaza.