Atacar 45 minutos não chegou para o Atlético de Madrid
Numa eliminatória onde os espanhóis fizeram o primeiro remate ao fim de 125 minutos, o Manchester City sofreu no final, mas justificou o apuramento para as meias-finais da Liga dos Campeões.
Como se previa, não foi fácil para o Manchester City, mas a equipa de Pep Guardiola confirmou o favoritismo e, dentro de três semanas, irá regressar a Madrid, desta vez para defrontar o Real na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões. Após o triunfo por 1-0, há uma semana, no Etihad Stadium, os “citizens” voltaram a ter uma supremacia esmagadora na estatística nos primeiros 45 minutos, mas a competitividade do Atlético de Diego Simeone manteve a incerteza até ao último dos 12 minutos de compensação. Apesar de o City ter sofrido muito na segunda parte, a formação de Guardiola segurou um empate a zero que premeia a equipa que melhor jogou nos dois encontros.
Para resumir a eliminatória entre Manchester City e Atlético de Madrid nos quartos-de-final da Champions, há um dado estatístico que diz quase tudo: o primeiro remate dos espanhóis à baliza dos ingleses surgiu apenas após 125 minutos de duelo — 90 do primeiro jogo mais 35 da segunda partida. No entanto, depois de eliminatória e meia sem correr riscos, o Atlético conseguiu encostar o City às cordas e, na segunda parte, teve uma mão-cheia de boas oportunidades para forçar o adversário a ter que disputar um prolongamento.
Se, em Manchester, Simeone tinha sido fiel aos seus princípios, colocando a equipa a defender quase sempre num 5-5-0 e pouco preocupado em correr qualquer tipo de risco ofensivo, em Madrid Guardiola também não abdicou das suas ideias.
Mesmo estando em vantagem, o City entrou no Wanda Metropolitano sem pudor em assumir o controlo e atacar a baliza de Oblak. Embora o Atlético tivesse as suas linhas um pouco mais estendidas do que no primeiro jogo, apenas João Félix, que voltou a jogar no centro do ataque, tinha reduzidas preocupações defensivas.
Com os madrilenos cautelosos, o City fez o seu jogo de posse e, nos primeiros 45 minutos, teve um par de boas oportunidades. Porém, o zero manteve-se até ao intervalo.
Na segunda parte, o jogo foi outro. Com 45 minutos para fazer um golo, Simeone retirou finalmente as amarras aos jogadores e o Atlético transformou-se. Com Koke mais próximo de Félix, os “colchoneros” tiraram a bola aos “citizens” e Guardiola foi forçado a recuar.
Com o espírito guerreiro habitual do Atlético, Ederson passou de espectador a protagonista, e o jogo acabou com os papéis invertidos: a equipa de Simeone a atacar e a de Guardiola a defender e a “queimar” tempo.