Capturado político pró-russo e amigo de Putin disfarçado de soldado ucraniano
Viktor Medvedchuk era o responsável de um partido político com ligações ao Kremlin. Político é padrinho de uma das filhas de Putin. Zelensky propõe a Moscovo trocar Medvedchuk por ucranianos capturados.
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Viktor Medvedchuk, político pró-russo e aliado próximo de Vladimir Putin, terá sido capturado nesta terça-feira. A informação foi avançada pelos Serviços de Segurança da Ucrânia e confirmada nas redes sociais pelo Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que propõe a Moscovo a troca deste prisioneiro por ucranianos capturados na Rússia.
O partido de Medvedchuk — Plataforma de Oposição pela Vida — que tinha quase 10% dos assentos parlamentares, foi um dos 11 suspensos pelo Presidente ucraniano por manter ligações à Rússia. O líder, agora capturado, manteria uma relação de amizade com Putin que é, aliás, padrinho da sua filha. Medvedchuk foi mesmo um dos nomes apontados para a eventualidade de a Rússia conseguir estabelecer um governo fantoche na Ucrânia.
“Pode ser um político pró-Rússia e trabalhar para o Estado agressor durante muitos anos. Pode até esconder-se da justiça e usar um uniforme ucraniano para se camuflar. Mas isso vai fazer com que escape da punição? De modo algum! As algemas estão à sua espera e o mesmo vale para todos os traidores da Ucrânia”, pode ler-se numa publicação online a que a Reuters teve acesso.
Volodimir Zelensky confirmou a captura através de uma publicação nas redes sociais. “A operação especial foi realizada com sucesso graças ao Serviço de Segurança da Ucrânia. Bom trabalho! Mais detalhes depois. Glória à Ucrânia”, escreveu. Numa outra mensagem na rede Telegram, o responsável ucraniano terá ainda sugerido às autoridades russas trocar Medvedchuk por soldados ucranianos detidos.
“Ofereço à Federação Russa a troca deste homem pelos nossos meninos e meninas que estão actualmente em cativeiro na Rússia”, declarou o chefe de Estado.
Através do Twitter, o Serviço de Segurança da Ucrânia afirma que Medvedchuk usava um uniforme do exército ucraniano como “disfarce”.
Estava desaparecido desde o início da invasão do país pelas forças da Rússia, após fugir da casa, em Kiev, onde cumpria prisão domiciliária desde Maio do ano passado, acusado de traição à pátria. Na altura, o seu advogado negou que o cliente tinha fugido, explicando que se tinha mudado para outro local de forma a proteger-se das ameaças de nacionalistas ucranianos.