Moinhos Abertos pelo país, com visitas (e não só) na mó de cima
O Dia Nacional dos Moinhos celebra-se a 7 de Abril, mas a festa estende-se para além da data. Visitas guiadas, demonstrações, degustações, caminhadas e palestras estão entre as actividades alinhadas até 10 de Abril, para cada um “levar a água ao seu moinho”.
Se é verdade que, como diz o ditado popular, águas passadas não movem moinhos, certo é também que o valor do património molinológico vai além do postal que marca a paisagem de Norte a Sul do país.
De vento ou de água, no activo ou a viver de tradições moídas no passado, os moinhos têm data reservada no calendário, a 7 de Abril, numa efeméride que tanto celebra o figurino dos exemplares portugueses, como se propõe a identificar problemas e oportunidades e a preservar o património identitário e a tradição em torno deste.
Promovida desde 2007 pela Rede Portuguesa de Moinhos e pelo projecto Etnoideia, com o apoio da Sociedade Internacional de Molinologia, a iniciativa junta este ano 307 moinhos e 26 núcleos moageiros do continente e da Região Autónoma dos Açores, num total de 53 municípios representados.
Num convite extensível a moleiros, molinólogos e entusiastas, e com actividades centradas no fim-de-semana de 9 e 10 de Abril, são várias as propostas em cima da mó, na sua maioria de participação gratuita e sujeita a inscrição prévia.
Em Viana do Castelo, por exemplo, há visitas interpretativas ao Moinho de Vento do Marinheiro (Lugar de Montedor), ao Moinho de Água do Inácio (vila de Punhe, com direito a demonstração do processo de moagem e degustação de broa com mel) e ao moinho de maré Azenhas de D. Prior (Montaria).
A Póvoa de Varzim mostra os Moinhos de Vento dos Junqueiras e, em Fafe, parte-se à descoberta de Aboim e do Moinho de Casca de Carvalho, com caminhada, almoço tradicional e workshop de broa de milho. Tresminas (Vila Pouca de Aguiar) espreita os Moinhos Mineiros, que dão a conhecer a trituração e moagem de xisto e uma parte do processo de extracção de ouro.
Em Castelo de Paiva, a Atafona de Linho da Casa dos Engenhos mostra como outrora se moía o linho, alargando as vistas a um outro equipamento, feito para moer azeitonas. O Moinho de Água do Parque do Rio Maior, em Santa Maria da Feira, também entra na festa, convidando para visitas guiadas, workshops de pão, uma exposição sobre a envolvente do lugar e, até, para plantar uma árvore.
Oliveira de Azeméis abre as portas do Parque Temático Molinológico – Núcleo Museológico do Moinho e do Pão (com padas e regueifas de Ul a dar mais sabor ao momento) e em Casenho, na Figueira da Foz, o Moinho de Manuel Maria Ferreira de Carvalho dá explicações sobre a farinação e o descasque de arroz.
E enquanto Ílhavo mostra o seu Moinho de Armação de Ervosas, em Águeda o Moinho do Lograssol põe os interessados a cozer pão em forno a lenha, confeccionar doces tradicionais da Páscoa, caminhar pelo Trilho dos Moinhos da Vacariça ou reutilizar materiais em oficinas ecológicas. Mira convida a conhecer os 20 moinhos que integram os conjuntos da Lagoa, da Fazendeira e da Quinta da Areia. Em Penacova, o caminho faz-se pelos Moinhos de Gavinhos e da serra da Atalhada.
A Azenha do Pego Escuro (Góis) e os moinhos de madeira das Boisias (Caldas da Rainha), das Grutas de Mira de Aire (Porto de Mós), de Caixeiros (Torres Vedras), de Maré do Cais (Montijo), do Cu Torto (Évora) e de Água do Poucochinho (Monchique) são outras das coordenadas no mapa.
A lista detalhada de moinhos, e dos respectivos programas de animação, está disponível para consulta aqui.