Pyongyang ameaça Coreia do Sul com ataque nuclear e EUA pedem diálogo com o líder

A irmã de Kim Jong Un disse que os sul-coreanos seriam deixados “à beira da destruição total e da ruína” com ataques nucleares se decidirem retaliar. EUA intervêm e pedem “desnuclearização completa” da península coreana.

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A irmã de Kim Jong Un sublinhou que Coreia do Norte não quer outra guerra, mas garantiu que Pyongyang irá retaliar com armas nucleares Reuters/JORGE SILVA

Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano, ameaçou a Coreia do Sul com um ataque nuclear, pela segunda vez em três dias, após Seul ter garantido que conseguiria lançar “um ataque preventivo” contra o Norte.

Num comunicado divulgado esta terça-feira pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, Kim Yo Jong considerou os comentários do ministro da Defesa da Coreia do Sul, Suh Wook, sobre um ataque preventivo, como um “sonho mirabolante” e “histeria de um lunático”.

A irmã de Kim Jong Un sublinhou que Coreia do Norte não quer outra guerra, mas garantiu que Pyongyang irá retaliar com armas nucleares se Seul atacar, o que deixaria os militares sul-coreanos “à beira da destruição total e da ruína”. Kim Yo Jong garantiu ainda assim que “a Coreia do Sul não é o nosso principal inimigo”, referindo-se de forma implícita aos Estados Unidos.

“Se os exércitos dos dois lados lutarem entre si, toda a nação coreana sofrerá um desastre como o de meio século atrás, que poderia ser mais terrível, não importa qual lado ganhe ou perca numa guerra ou combate”, sublinhou.

Do lado dos EUA, o seu enviado especial dos para as questões da Coreia do Norte, Sung Kim, disse que Washington “continua a procurar um diálogo sério e sustentado com a Coreia do Norte”, apesar das ameaças de Pyongyang, e critica as ameaças feitas pela irmã de Kim Jong Un.

Segundo um comunicado do porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, Sung Kim sublinhou “o forte compromisso dos Estados Unidos com a segurança” da Coreia do Sul, numa reunião com o chefe das negociações nucleares sul-coreanas, Noh Kyu-duk. Sung Kim sublinhou a importância da “estreita coordenação bilateral” com a Coreia do Sul “e outros aliados e parceiros” para avançar no objectivo comum da “desnuclearização completa” da península coreana.

Os dois responsáveis falaram sobre o mais recente ensaio de mísseis balísticos intercontinentais por parte da Coreia do Norte, a 24 de Março, e sobre os esforços para retomar o diálogo com Pyongyang. Segundo o comunicado, ambos condenaram o ensaio, “que foi apenas o mais recente de uma série de lançamentos cada vez mais assustadores da Coreia do Norte este ano”.

Sung Kim e Noh Kyu-duk “reafirmaram a importância de uma resposta forte e unificada a essas acções de escalada”, disse o comunicado. Os dois representantes especiais condenaram os lançamentos de mísseis balísticos como “claras violações de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU que representam uma séria ameaça à estabilidade regional”.