O Asperger que mora no meu coração
De repente, quase do nada, aquilo que o meu sobrinho era tinha um nome. E eu estava horas presa à Internet a ler tudo aquilo que podia sobre o assunto e a pensar no que podia ser feito para o ajudar. Às vezes, olhava para ele e tinha medo.
Nasceu em Junho, exactamente na véspera do meu exame nacional de Química e, por isso, era na explicação que me encontrava quando o telemóvel tocou. “Já nasceu”, disse-me uma voz comovida do outro lado da linha inexistente. “Não vais sair a meio da explicação na véspera de um exame que, ainda por cima, é tua específica, pois não?” perguntou-me o professor num tom de voz ofendido. Mas eu saí. Claro que saí. Como é que podia ficar, se ele tinha nascido?
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