Estrelas de Hollywood multiplicam mensagens de apoio a “gentil e doce” Bruce Willis
O actor foi diagnosticado com afasia e a família informou o seu afastamento da carreira artística. Rob Gough, que contracenou com Willis, num dos seus últimos trabalhos, destaca a personalidade “gentil e doce”.
A comunidade de Hollywood parece ter feito uma curta pausa sobre a polémica que envolve Will Smith e a bofetada aplicada por este a Chris Rock durante a cerimónia dos Óscares (já retomada, entretanto) para se unir numa corrente de apoio a Bruce Willis, depois de, esta quarta-feira, a família ter comunicado o afastamento do actor na sequência de um diagnóstico de afasia, “que está a afectar as suas capacidades cognitivas”.
Rob Gough, que contracenou com Willis em American Siege, filme de 2021 que não estreou nas salas nacionais, confessou à revista People sentir-se “honrado e abençoado” por ter tido a oportunidade de trabalhar com o actor, naquele que terá sido um dos seus últimos trabalhos, admitindo que “não fazia ideia de que se passava alguma coisa”. “Sempre o vi como icónico”, mas “sabendo que é capaz de actuar com tudo o que se estava a passar, apenas o torna mais icónico”. “A maioria das pessoas teria provavelmente atirado a toalha há muito tempo.”
A resposta poderá residir na informação de uma fonte não identificada que contou ao Page Six que Willis recorria, nos últimos tempos, ao apoio de auriculares, através dos quais recebia indicações e as falas que não conseguia decorar. Gough adiantou, ainda, que guarda as melhores memórias do tempo em que não estavam a filmar, descrevendo o actor Die Hard como uma pessoa “gentil e doce”.
Já Sylvester Stallone, com quem Bruce Willis trabalhou em Os Mercenários e respectiva sequela, publicou no Instagram um conjunto de fotografias dos dois em que lembra que os une uma longa história, declarando estar “a rezar pelo melhor” para o amigo e “a sua maravilhosa família”.
Também o realizador M. Night Shyamalan, com quem Willis trabalhou em O Sexto Sentido (2000), O Protegido (2000), Fragmentado (2016) e Glass (2019), recorreu às redes sociais para manifestar a sua solidariedade, garantindo que o actor “será sempre aquele herói naquele cartaz de parede quando era criança”.
O actor Seth Green, criador e protagonista da série Robot Chicken, partilhou, igualmente, uma mensagem no Twitter manifestando gratidão “por cada personagem que ele nos deu”, enquanto Matthew Marsden, que trabalhou com o actor em Deadlock (2021), manifestou tristeza, descrevendo Bruce como uma “lenda”.
Já a declaração do afastamento de Bruce Willis, assinada pela mulher Emma Heming, pela ex-mulher Demi Moore e pelas filhas Rumer, Scout, Tallulah, Mabel e Evelyn, e publicada nas várias contas de redes sociais, está repleta de reacções de Hollywood e não só. Das actrizes Jamie Lee Curtis e Melanie Griffith à top model dos anos 90 Cindy Crawford ou ao fotógrafo Mario Testino, não faltam preces para as melhoras de Willis.
Bruce Willis, de 67 anos, teve um início de carreira com pouco fulgor no início dos anos 80 do século passado, até ter surgido a oportunidade de ser o inconsequente David Addison na série Modelo e Detective, desenhada para Cybill Shepherd brilhar. Mas foi Willis que acabou por ser a vedeta do programa, descontinuado ao fim de cinco temporadas. Pelo caminho, Bruce conquistou papéis de relevo no cinema, como em Assalto ao Arranha-Céus, de 1988, que viria a dar origem à saga Die Hard, cujo último tomo data de 2013. Ao longo de mais de três décadas teve uma carreira diversa, tendo tão depressa vestido papéis bem-humorados (foi a voz de Mikey em Olha Quem Fala, com John Travolta e Kirstie Alley) como assumindo a sua veia de herói errante.
Do seu longo e ecléctico currículo destacam-se ainda filmes como A Fogueira das Vaidades, de Brian De Palma; Pulp Fiction, de Quentin Tarantino; o aclamado Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan; o distópico 12 Macacos, de Terry Gilliam; ou o festim visual de O 5.º Elemento, de Luc Besson. Nos últimos tempos, porém, a carreira de Willis parecia ter entrado numa espiral descendente, com o actor a somar nomeações nos Razzies, os prémios que distinguem os piores do cinema norte-americano: desde 2019, por Death Wish, não falhou nenhuma edição.
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