Egipto apresenta contra o Senegal queixa por alegado racismo e violência
Autocarro com vidros partidos, jogadores insultados e “perturbados” com laser na marcação dos penáltis.
A Federação Egípcia de Futebol (EFA) apresentou esta quarta-feira uma queixa oficial contra a homóloga do Senegal, alegando racismo e violência, na sequência do jogo que opôs as duas selecções africanas e eliminou a equipa do treinador português Carlos Queiroz do Mundial 2022.
“A equipa egípcia foi alvo de racismo, tendo sido exibidas faixas ofensivas (dirigidas aos jogadores, em particular ao “capitão” Mohamed Salah) nas bancadas do estádio. Tudo documentado por fotos e vídeos anexados à queixa”, anunciou a EFA, em declaração publicada nas redes sociais.
A queixa foi apresentada junto da Confederação Africana de Futebol (CAF) e da Federação Internacional de Futebol (FIFA), que ainda não deram uma resposta oficial.
Fotografias apresentadas pelos egípcios mostram janelas partidas no autocarro que transportava a equipa, assim como tarjas com insultos destinados aos jogadores, maioritariamente a Salah, principal figura da selecção.
Para além da queixa oficial, várias imagens nas redes sociais mostram adeptos senegaleses a apontarem “lasers” ao rosto do jogador do Liverpool, o que espoletou um movimento de revolta entre os egípcios, sendo que existem também evidências de que projécteis e explosivos foram arremessados pelo público.
As incidências referem-se ao jogo entre o Senegal e o Egipto, que decorreu na terça-feira, em Diamniadio, a contar para o play-off de acesso ao Mundial do Qatar 2022.
Os senegaleses venceram por 3-1 nas grandes penalidades, período em que a acção dos adeptos se intensificou, após os anfitriões terem vencido por 1-0 no período regulamentar, igualando o resultado que o Egipto tinha obtido na primeira mão.
O desempate da marca dos 11 metros ditou o apuramento do Senegal numa partida que colocou frente-a-frente as duas equipas que disputaram a final da última Taça das Nações Africanas (CAN).
Na sequência do resultado, o seleccionador do Egipto, o português Carlos Queiroz, deixou uma mensagem nas redes sociais, a dizer que o “sonho acabou” e a agradecer à federação egípcia pela “honra de ser seleccionador”, dando a entender que abandonará o cargo.