Lisboa vai plantar duas árvores por cada árvore abatida na cidade
Um novo despacho da Câmara de Lisboa sobre a gestão de arvoredo na cidade vem criar novas regras para o abate e a plantação de árvores, que passam por substituir cada árvore removida por dois novos exemplares.
Para melhor adaptar Lisboa às consequências das alterações climáticas, a câmara tornou obrigatória a plantação de duas árvores na cidade por cada árvore abatida. O novo despacho sobre a gestão do arvoredo do município foi divulgado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) esta segunda-feira.
Tomada no âmbito do Regulamento Municipal de Arvoredo de Lisboa, esta medida vem “aumentar o património arbóreo” da cidade, segundo o vereador para a Estrutura Verde e Plano Verde, Ângelo Pereira, de forma a combater os “aumentos significativos no número e duração das ondas de calor”, bem como as “mudanças no regime de pluviosidade”, que se prevê que Lisboa venha a enfrentar com as alterações climáticas.
A partir de agora, quando se realizarem transplantes de árvores ou arbustos em Lisboa, “esta operação cultural tem de ser realizada para a zona o mais próximo possível do local intervencionado”, informa o comunicado enviado às redacções pela CML.
Já no caso do abate de árvores, “cada exemplar abatido tem de ser substituído por, pelo menos, dois novos exemplares, devendo pelo menos um desses exemplares ser plantado na envolvente do local onde foi abatida a árvore”.
Para além disso, o despacho emitido pela câmara, prevê que, no caso de novos exemplares, se realize a “georreferenciação da proposta de localização das árvores e/ou arbustos a ser transplantadas ou a plantar”. No caso de repovoamentos “com espécies de porte florestal”, deve ser indicada a “mancha georreferenciada da plantação a realizar, assim como as espécies e quantidades propostas”.
No que toca à plantação de novos exemplares, a CML divulgou ainda que os serviços promotores devem submeter à validação prévia da câmara, “quais as espécies arbóreas e/ou arbustivas que vão plantar, fundamentando a escolha das mesmas”, sendo que se devem privilegiar as “espécies resistentes às novas condições climáticas”, actuais e futuras.
Segundo o comunicado, a autarquia privilegia, regra geral, “a replantação” das árvores que tenham de ser removidas, “em local próximo”, mas garante que, por vezes, é necessário proceder-se ao abate de certas árvores da cidade devido às “condições estruturais e sanitárias” das mesmas, assim como à necessidade de reorganizar o espaço público.