Com a ajuda dos jovens, Vila do Conde vai candidatar-se a Capital Europeia da Juventude
A apresentação pública está marcada para este sábado, ao início da tarde. A par da candidatura a autarquia vai criar um Plano Municipal da Juventude.
A tentar seguir o mesmo caminho de Braga, em 2012, e de Cascais, em 2018, Vila do Conde quer ser Capital Europeia da Juventude em 2026. Esta intenção será apresentada ao início da tarde deste sábado em sessão pública. O objectivo é convocar os jovens - que também vão ajudar a elaborar a candidatura - a participar na vida cultural, social, política e económica da cidade.
Por agora, este primeiro momento, marcado para o início da tarde (15h00) no Centro Municipal de Juventude de Vila do Conde, assinala o arranque do processo da candidatura, que também tem em vista, de acordo com a autarquia, dar um passo em “busca do reconhecimento e reputação da cidade” e na direcção da promoção da mesma “ao nível do turismo”.
“Procuramos encontrar as condições para tornar Vila do Conde uma cidade melhor, mais apelativa para os jovens”, afirma Ana Catarina Monteiro, nadadora olímpica e comissária da Vila do Conde Capital Europeia da Juventude. Essa é uma das motivações na base da candidatura da cidade que a atleta medalhada considera ter todas as condições para ser escolhida pelo Fórum Europeu da Juventude. Não tem dúvidas de que a nível estrutural nada impedirá a escolha – a cidade está servida de equipamentos como o Teatro e o Auditório Municipal, o Centro de Memória ou a Solar – Galeria de Arte Cinemática. Mais do que pensar nas vantagens que já existem para captar a atenção do júri prefere antes focar-se nos ganhos que podem advir do galardão ainda por decidir: “Não é só pensar nas condições que já existem, mas sim naquelas que podemos vir a criar.”
Nascida em 1993, conhece Vila do Conde como as palmas das suas mãos porque toda a vida viveu ali. E, por isso, acredita no potencial de quem lá vive. Terra desde há muitos anos ligada às artes, berço do escritor José Régio, é uma cidade que diz ter continuado a crescer em torno de outras áreas artísticas. O seu ano de nascimento foi quando também surgiu o Festival Internacional Curtas de Vila do Conde, na altura criada por jovens que hoje são homens adultos com parte de responsabilidade no crescimento do cinema português. Este avanço, considera, servirá também para proporcionar aos jovens a possibilidade de avançarem com novos projectos em áreas de intervenção diversas de forma a consolidarem-se.
E para isso acontecer toda a sociedade civil será convocada, sem esquecer quem vive nas freguesias mais distantes da cidade. “Queremos também aproveitar o movimento associativo que existe”, afirma. Outra vontade é fixar os jovens no concelho e se possível atrair quem para ali se queira mudar, já que Vila do Conde também é sítio de passagem de muitos estudantes que passam pelo pólo do Politécnico do Porto que ali existe e pelo pólo de investigação da Universidade do Porto – o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) – em Vairão.
A agenda ainda está por definir, adianta o presidente da câmara Vítor Costa. Por agora será apresentada a candidatura ao público e, só depois, em data a definir, será formalizada a candidatura. A data escolhida para a apresentação – 26 de Março – assinala um momento simbólico para a cidade: “É o dia de Vila do Conde”. Até haver uma decisão “várias” actividades serão agendadas, de forma a divulgar a candidatura e a chamar os jovens a participar.
O documento que seguirá para o Fórum Europeu da Juventude será elaborado ao mesmo tempo que a autarquia avança com um plano direccionado para os jovens. “Nos próximos meses criaremos o Plano Municipal da Juventude e vamos elaborá-lo a reboque desta candidatura”, adianta.
Os jovens representam cerca de 20% da população de Vila do Conde, estima o autarca socialista. Mas a ideia é que este número se torne mais expressivo: “Temos uma pirâmide invertida. Espero que nos próximos 20 anos a pirâmide se endireite.”