Tutela da actriz Amanda Bynes terminou quase uma década depois
A actriz, hoje com 35 anos, tornou-se conhecida em criança, na série de comédia da Nickelodeon “All That” e conseguiu seu próprio spinoff, chamado “The Amanda Show”.
Um juiz da Califórnia cancelou, nesta terça-feira, a tutela de nove anos da actriz Amanda Bynes, confirmou o seu advogado, David A. Esquibias, que apresentara o pedido há um mês, justificando que a sua cliente estava estável da sua saúde mental, focada em conseguir terminar a sua formação no ensino superior e tinha o desejo de “viver livre de qualquer restrição”.
A decisão chega apenas alguns meses depois do término da tutela de 13 anos da estrela pop Britney Spears, um caso que chamou a atenção para estas decisões jurídicas e suas complicações. A tutela de Amanda Bynes ficou a cargo dos pais, e abrangia a pessoa e os seus bens. O juiz Roger L. Lund, do Tribunal Superior do Condado de Ventura, indicou numa decisão que para já é temporária que planeia fechar o acordo porque “não existem mais motivos para o estabelecimento de uma tutela da pessoa”.
Por e-mail ao The Washington Post, o advogado da actriz escreveu: “Amanda está emocionada!” A actriz disse à revista People, através de um comunicado, que “gostaria de agradecer aos seus fãs pelo seu amor e votos de melhoras”. Estendeu ainda a sua gratidão ao advogado e aos pais. “Continuarei a dar prioridade ao meu bem-estar neste próximo capítulo”, prometeu.
Amanda Bynes, hoje com 35 anos, tornou-se conhecida em criança, na série de comédia da Nickelodeon “All That” e conseguiu seu próprio spinoff, chamado “The Amanda Show”. Ainda adolescente, apareceu na série da WB “What I Like About You” e fez filmes populares como “What a Girl Wants”, “She's the Man” e “Hairspray”. Em 2010, na véspera do lançamento de filme “Easy A”, Amanda Bynes anunciou que ia fazer um interregno na sua carreira e o público foi assistindo aos problemas com que se debatia em termos de saúde mental. A jovem foi várias vezes presa — uma por conduzir sob a influência de álcool e depois por atropelamento e fuga —, assim como foi publicando de forma irregular no Twitter.
Na altura, publicou uma série de tweets em que acusava o pai, Rick Bynes, de abuso, depois desmentiu-se a ela própria argumentando que tinha um microchip no cérebro que a levava a escrever mentiras. Pouco depois, acabaria por ser internada de urgência num hospital psiquiátrico. A actriz voltou à rede social Twitter para informar que fora diagnosticada como “bipolar e maníaca depressiva”, explicando que estava medicada e a ser acompanhada por um psicólogo e um psiquiatra.
Três anos depois do anúncio de suspensão da carreira, um juiz do Tribunal Superior do Condado de Ventura implementou uma tutela temporária sobre a actriz que concedeu à sua mãe, Lynn Bynes, o controlo dos seus assuntos jurídicos e financeiros.
Em 2018, Amanda Bynes falou à revista Paper sobre o comportamento que levou a que tivesse perdido o poder jurídico sobre si mesma e justificou-o com o abuso de substâncias como álcool e drogas. Mas avançou que tinha deixado esses tempos para trás. “Não estou triste com isso e não sinto falta porque realmente sinto-me envergonhada de como essas substâncias me fizeram agir. Quando parei, voltei completamente ao normal e imediatamente percebi o que tinha feito — foi como se um extraterrestre tivesse literalmente invadido o meu corpo. Essa é uma sensação tão estranha.”
A entrevista aconteceu na altura em que a actriz recebeu um diploma do Fashion Institute of Design and Merchandising em Los Angeles. Agora, e segundo o pedido do seu advogado, Amanda Bynes está a fazer uma formação de bacharelado na mesma escola e, desde 2020, que mora numa “comunidade estruturada para mulheres”, onde continua a ser acompanhada devido ao seu passado de adição.
Ao contrário do caso de Britney Spears, os pais de Amanda Bynes foram “muito solidários” durante toda a tutela, confirmou David A. Esquibias, e ajudaram-na a fazer a transição para o mundo real, que era o objectivo desde o início do acordo legal. O The Washington Post pediu um comentário ao representante de Lynn Bynes, que já afirmara anteriormente que aquela apoiou o fim da tutela e “está extremamente feliz, emocionada e orgulhosa de Amanda”.
Quanto ao seu regresso ao mundo da televisão e do cinema, o seu advogado disse: “Ela tem uma nova vida pela frente e é tão jovem... Era uma óptima actriz. Tenho certeza de que muitas pessoas adorariam voltar a vê-la a actuar.”
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução e adaptação: Bárbara Wong