FC Porto procura recompensa para um longo mês de trabalho
“Dragões” enfrentam nesta quinta-feira, em França, a delicada missão de dar a volta ao Lyon, depois da derrota da passada semana. Ciclo de nove jogos em 30 dias baralha as contas de Sérgio Conceição.
Anthony Lopes, internacional português escolhido para representar o Olympique Lyon na antevisão da segunda mão dos oitavos-de-final da Liga Europa, sublinha a necessidade de encarar o jogo desta noite (20h, SIC) como se a eliminatória estivesse a zero. Não está. Na passada semana, o FC Porto perdeu em casa com os franceses (0-1) e entrará hoje no Groupama Stadium a precisar de dar a volta ao texto para se manter em competição. Para que isso aconteça, alerta Sérgio Conceição, a equipa terá de ser mais competente do que foi há oito dias.
Em relação ao embate anterior, a boa notícia para o líder da Liga portuguesa é que, desta vez, estará em igualdade de circunstâncias com o Lyon no que toca ao tempo de descanso (jogaram ambos no domingo). A má notícia é que continua envolvido num ciclo competitivo carregado, preparando-se para realizar, em França, a nona partida no período de um mês.
Tem sido, por isso, um exercício delicado o de Sérgio Conceição, quando se trata de ponderar o peso da sobrecarga física no plantel e avaliar as alternativas disponíveis. “Este ciclo de jogos tem sido infernal. Não olhamos para a Liga Europa a pensar em dois jogos, mas temos de olhar para o calendário (...) Tenho de olhar para os jogadores e perceber se os que têm mais minutos dão mais coisas do que os que têm outra frescura física. E emocional também”.
O desgaste acumulado foi evidente no desaire da primeira mão — notou-se essencialmente na reacção à perda e na agressividade com e sem bola. E desta vez o treinador do FC Porto não esconde totalmente os trunfos: “Posso abrir um pouco o jogo, haverá algumas alterações no ‘onze’ e é importante para os jogadores terem essa dinâmica de vitória, fazerem um bom jogo, passarem a eliminatória”.
Nesse sentido, os “dragões” estão obrigados a ser mais incisivos do que foram há uma semana e é o próprio Peter Bosz, treinador do Lyon, quem admite que está à espera de um adversário disposto a correr mais riscos. A dúvida, essa, reside no momento que o FC Porto escolherá para engrenar a quinta velocidade. “Está 1-0 a nosso favor e em algum momento eles terão forçosamente de atacar. Talvez pressionem desde o início do jogo, não sabemos”.
Também ficamos sem saber que alterações poderá introduzir o técnico neerlandês num “onze” inicial que tem sido relativamente estável, mas que tem oscilado de rendimento entre as frentes europeia (em bom nível) e interna (ocupa o 10.º lugar na Ligue 1, tendo mesmo perdido com o Rennes, por 2-4, na última jornada). “Temos várias opções. Podemos mudar o sistema, mudar os jogadores”, limita-se a dizer.
Para contrariar a segunda equipa com mais golos (17) e assistências (14) desta edição da Liga Europa, o FC Porto terá de replicar muito do que tem feito desde que Sérgio Conceição assumiu o leme: “Temos de ser um FC Porto mais competente do que o que fomos no Dragão. Em alguns momentos, tivemos situações positivas, mas não fomos tão fortes em situações que considero essenciais”, diagnostica, sabendo que um triunfo pela margem mínima é insuficiente para resolver a questão.