Ryan Coogler, o realizador de Black Panther, detido por ter sido confundido com um assaltante de banco
O realizador, que actualmente está a filmar Black Panther: Wakanda Forever, em Atlanta, entrou numa agência do Bank of America, a 7 de Janeiro, de óculos escuros, chapéu e máscara por causa do coronavírus.
O realizador de Black Panther, Ryan Coogler, revelou na quarta-feira que foi algemado e detido em Janeiro, depois de ter sido confundido com um ladrão de banco enquanto tentava levantar dinheiro da sua conta numa filial do Bank of America, em Atlanta. Coogler, considerado uma das mentes criativas mais talentosas de Hollywood, confirmou em comunicado ao The Washington Post o incidente.
“Esta situação nunca deveria ter acontecido”, declara Coogler, 35 anos. “No entanto, o Bank of America trabalhou comigo e abordou o assunto de maneira satisfatória, e seguimos em frente.”
Ryan Coogler, que actualmente está a filmar Black Panther: Wakanda Forever, em Atlanta — cujo lançamento está previsto para o próximo mês de Novembro —, entrou numa agência do Bank of America, a 7 de Janeiro, de óculos escuros, chapéu e máscara por causa do coronavírus. Ao aproximar-se do balcão, entregou ao funcionário da caixa um comprovativo do valor que queria levantar, descreve o site TMZ, o primeiro a dar a notícia. “Gostaria de levantar 12 mil dólares [cerca de 11 mil euros] em dinheiro da minha conta corrente”, dizia a nota, de acordo com um relatório da polícia sobre o incidente. “Por favor, conte o dinheiro noutro sítio porque gostaria de ser discreto”, dizia ainda o mesmo bilhete.
Mas a funcionária – descrita na ocorrência como uma “mulher negra grávida” – interpretou mal a situação, considerando-a uma tentativa de assalto e alertou a sua chefia. Além disso, a tentativa de levantar um montante tão alto também gerou um alerta no computador.
Quando a polícia chegou à agência, os polícias detiveram duas pessoas num SUV, estacionado do lado de fora do banco, e que esperavam por Ryan Coogler. Dentro da sucursal, os agentes algemaram o realizador, apesar de os seus amigos insistirem que se tratava de um “produtor de filmes”, segundo o relatório.
Depois que Ryan Coogler ter mostrado a sua carta de condução e o cartão do Bank of America, as autoridades reconheceram que se tratava de um “incidente, um erro do Bank of America e que Ryan Coogler nada fizera de errado”. A polícia disse ainda que pediu desculpas aos três envolvidos, o realizador e as outras duas pessoas que estavam no carro e que também foram detidas por breves momentos.
“Lamentamos profundamente que este incidente tenha ocorrido”, declarou um porta-voz do Bank of America. “Isto nunca deveria ter acontecido, e pedimos desculpas ao Sr. Coogler.” O Bank of America recusou-se a comentar se a funcionária ou a agência de Atlanta enfrentaram alguma punição pelo incidente.
Ryan Coogler, considerado um dos jovens realizadores mais promissores de Hollywood, tem explorado temas sociais e raciais no seu trabalho. Começou com a aclamada estreia biográfica de 2013, Fruitvale Station, centrada na vida e no tiroteio de Oscar Grant III, em 2009, um negro de 22 anos que morreu nas mãos da polícia de trânsito de Bay Area, em Oakland. Também co-escreveu e realizou Creed, o drama desportivo de 2015 que faz parte da série Rocky. Mas o seu trabalho mais conhecido é o blockbuster da Marvel Studios, de 2018, Black Panther, nomeado para sete Óscares.
A notícia de que Coogler foi detido e confundido com um assaltante provocou críticas generalizadas ao Bank of America.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post
Tradução: Bárbara Wong