Noite épica de Benzema tira da Champions Messi, Neymar e Mbappé

Desfecho insólito em Madrid, não necessariamente pela passagem do Real Madrid frente ao PSG, mas pela forma épica como aconteceu. Em 180 minutos de futebol, o Real foi inferior em 150, mas venceu a eliminatória por 3-2.

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Reuters/SUSANA VERA

Foi Karim Benzema o responsável por impedir que a “dream team" do PSG possa conquistar, nesta temporada, a Liga dos Campeões. Com um hat-trick do francês, o Real Madrid bateu o PSG por 3-1 (golos em baixo) e eliminou a equipa gaulesa, cujo ataque de luxo, com Messi, Neymar e Mbappé, ficará a ver no sofá o que resta da competição, depois de ter ganho a primeira mão dos “oitavos” por 1-0.

Para quem viu a primeira mão, a primeira parte da segunda mão e o início da segunda, nada do que se passou em Madrid fez sentido em 180 minutos, o Real foi inferior em 150. Mas um erro de Donnarumma, aos 61’, fez cair o PSG, que entrou num abismo puro – ofensiva, defensiva e mentalmente. E o resto? Do resto tratou Benzema.

Só PSG

A primeira parte expôs a dependência do Real do médio Casemiro e também alguma incapacidade de Carlo Ancelotti em responder ao que o jogo pedia. Sem Casemiro no meio-campo, o Real mostrou-se confrangedoramente macio na zona perto da área, não apenas pela ausência do brasileiro, mas também pela opção de escolher um pouco agressivo Kroos como substituto na posição. Resultado: as dobras habitualmente feitas por Casemiro, sobretudo ao lado direito de Carvajal, ficaram por fazer.

O PSG pôde, assim, decidir quando e como atacaria pelo seu lado esquerdo. Com Neymar, Mbappé e Nuno Mendes, à vez, os franceses criaram jogadas sempre semelhantes.

Aos 9’, Mbappé rematou, na esquerda, para defesa de Courtois. Aos 13’, a mesma jogada, os mesmos protagonistas e o mesmo desfecho. Aos 22’, foi Neymar a tentar para nova defesa de Courtois. Aos 31’, foi a vez de Messi, depois de uma grande jogada com Neymar. Aos 34’, calhou a Nuno Mendes aparecer por aquela zona e cruzar para um golo anulado a Mbappé.

Foram cinco jogadas de perigo do PSG, todas pela mesma zona, sem que Carlo Ancelotti improvisasse algo para estancar a “hemorragia” que estava a ser o lado direito da defesa. Aos 39’, a fortuna do Real acabou. Neymar soltou Mbappé e o francês, sempre pela esquerda, enfrentou Alaba no um contra um.

Nas outras vezes teve de rematar de pé esquerdo, mas, tendo espaço para vir para dentro e usar o direito, tudo é diferente. Podendo escolher entre o habitual remate em arco ou remate para o poste mais próximo, surpreendeu com a segunda opção e bateu Courtois.

A boa entrada em jogo do Real e de Vinícius de nada valeram, tal era a facilidade com que Neymar, Messi e Mbappé criavam lances de perigo.

E tudo Donnarumma mudou

Ao intervalo nada mudou e Mbappé, novamente lançado na meia-esquerda, fez o 2-0. O lance foi anulado por fora-de-jogo e só aí Ancelotti decidiu fazer uma alteração. Com um golo sofrido e outros dois anulados, o técnico italiano lançou Camavinga para o lugar de Kroos, tentando dar mais intensidade à zona defensiva do meio-campo.

Também no ataque mudou algo, com Rodrygo no lugar do apagado Asensio e o Real marcou logo a seguir, da única forma possível: uma oferta do PSG. Donnarumma facilitou e Benzema fez o empate no jogo aos 61’ e o empate na eliminatória aos 74’ – aí, com todo o mérito, num grande passe de Modric.

Dois minutos depois, aconteceu o que ninguém pensaria: o Real a ficar em vantagem na eliminatória. Quem foi o responsável? Benzema, claro.

O erro individual de Donnarumma fez tremer toda a equipa do PSG, que entrou em pânico com o primeiro golo de Benzema. Não só não atacava como, defensivamente, ou permitia lances de perigo ou fazia faltas duras, numa fase de tremendo descontrolo emocional.

Para quem viu a primeira parte, nada disto fez sentido. Mas ter Benzema é estar sempre perto de feitos deste tipo.

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