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À boleia com Raquel, a única mulher a conduzir comboios de mercadorias em Portugal
No dia da Internacional da Mulher, o PÚBLICO conta a história de Raquel Beldroega que foi chamada para o curso de maquinistas aos 20 anos. Todos dias conduz comboios com centenas de contentores entre terminais de mercadorias e portos marítimos.
Entre os amigos, quando é apresentada a alguém de fora, é "a Raquel, a primeira e única maquinista" de comboios de mercadorias em Portugal. No trabalho, há quem ache que a profissão não é para mulheres, e que julgue as restrições inerentes ao papel de mãe, que Raquel também desempenha. Ao PÚBLICO, Raquel Beldroega deixa claro: "As minhas restrições são as mesmas do meu marido, que também é maquinista, e homem, e pai. E não vão durar para sempre, eles hão-de crescer e eu não me vou reformar tão cedo".
Também achava que conduzir comboios era um trabalho masculino, até ter "caído" na profissão. Por estar desempregada, teve de fazer procura activa de trabalho. Enviou currículos para várias empresas e para qualquer função. Foi chamada, com alguma surpresa, para fazer os testes de admissão para maquinista da CP Carga. Agora, quase 15 anos passados, adora o que faz. "Não há dois dias iguais. Os percursos são diferentes, as paragens são diferentes, os colegas são diferentes. E tem outra coisa boa – é uma profissão em que não levamos trabalho para casa!".
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