Inditex é baixa mais recente para economia russa cada vez mais fechada

Empresa de vestuário espanhola dona da Zara anuncia a suspensão das operações das 502 lojas que tem no país

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EPA/YURI KOCHETKOV

A Inditex, a empresa de retalho espanhola detentora de marcas de vestuário como a Zara, Stradivarius, Massimo Dutti ou Pull and Bear, anunciou este sábado o fecho temporário de todas as suas lojas na Rússia, naquele que é o mais recente golpe numa economia russa com cada vez menos ligações com o resto da Europa e com os Estados Unidos.

A gigante do vestuário espanhola a maior empresa do sector em todo o mundo – anunciou, seguindo aquilo que já tinha sido feito durante esta semana por concorrentes como a H&M ou a Mango, a suspensão das suas operações na Rússia, o que significa o fecho das 502 lojas existentes no país e a paragem de todas as vendas efectuadas online.

“Nas actuais circunstâncias, a Inditex não pode garantir a continuidade das operações e das condições comerciais na Federação Russa e temporariamente suspende a sua actividade”, afirma a empresa em comunicado, onde se informa igualmente que será criado um plano de apoio aos 9000 trabalhadores da empresa na Rússia. Não foram contudo dados quaisquer pormenores sobre esse plano de apoio.

A seguir à invasão militar na Ucrânia, a Rússia foi alvo, por parte da Europa e dos EUA de uma série de sanções que estão a conseguir a abalar a sua economia. Bloqueios parciais às relações comerciais com a Rússia, obstáculos às transacções financeiras e congelamento de parte das reservas de divisa estrangeira do banco central foram algumas das medidas tomadas, contribuindo de forma decisiva para a queda de mais de 30% que se registou nos últimos dias na divisa russa e à consequente escalada da taxa de inflação no país.

Neste cenário de enorme instabilidade financeira, com a possibilidade de terem que subir preços todos os dias e, ainda, pressionados pela opinião pública nos países de origem, as grandes marcas internacionais estão, uma por uma, a retirar-se do mercado russo. É isso também que explica os relatos recentes vindos da Rússia de filas de pessoas a tentarem realizar as últimas compras em grandes lojas como a da Ikea.

Para além disso, a dificuldade das empresas russas em realizarem negócios na Europa e nos EUA é também cada vez maior. Esta sexta-feira, a bolsa de Londres anunciou, ao fim do dia, a suspensão da negociação das empresas russas cujos títulos ainda continuavam a poder ser transaccionados no mercado accionista da City.

De igual modo, de acordo com a Reuters, as empresas seguradoras europeias estão a deixar de vender seguros de crédito para a Rússia, o que, acrescentando às proibições de transacções já existentes, reduz ainda mais a capacidade da Rússia para importar bens do Ocidente.

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