Covid-19. Linhagem BA.2 já é dominante e responsável por 58% das infecções em Portugal

De acordo com o INSA, a frequência da linhagem BA.2 “tem aumentado paulatinamente” desde que foi identificada em Portugal, uma circulação que se tem verificado em todas as regiões do país. Na sexta-feira, a directora-geral da Saúde afirmou que ainda existe pouca informação no mundo sobre o impacto da linhagem BA.2 ao nível da transmissão e da doença grave.

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Representação do coronavírus SARS-CoV-2 UNSPLASH

A linhagem BA.2 da variante Ómicron, considerada mais transmissível, já é dominante em Portugal, sendo responsável por 58,2% das infecções pelo SARS-CoV-2, anunciou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Segundo o relatório do INSA sobre a diversidade genética do coronavírus que provoca a doença covid-19, esta linhagem, que partilha várias características genéticas com a BA.1, foi detectada pela primeira vez em Portugal em amostragens aleatórias por sequenciação na semana entre 27 de Dezembro e 2 de Janeiro.

A variante Ómicron, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como de preocupação, engloba várias linhagens identificadas pelo prefixo BA, entre as quais a BA.1 e a BA.2, que descendem da mesma linhagem ancestral (B.1.1.529) e apresentam um “excesso” de mutações na proteína spike, muitas das quais partilhadas.

De acordo com o INSA, a frequência da linhagem BA.2 “tem aumentado paulatinamente” desde que foi identificada em Portugal, uma circulação que se tem verificado em todas as regiões do país.

Quanto à BA.1, identificada pela primeira vez em Novembro, a frequência relativa atingiu o máximo de 95,6% na semana entre 10 e 16 de Janeiro e, desde então, tem registado uma tendência decrescente, estando agora com uma prevalência estimada de 41,8% das infecções.

Na sexta-feira, a directora-geral da Saúde afirmou que ainda existe pouca informação no mundo sobre o impacto da linhagem BA.2 ao nível da transmissão e da doença grave, sendo necessário aguardar por mais estudos ao nível biológico, clínico e epidemiológico. “Aparentemente será ainda um bocadinho mais transmissível e aparentemente poderá ser ligeiramente mais agressiva, mas ainda não há dados suficientes que nos permitem caracterizar, não só a sintomatologia, como impacto da infeção na doença grave”, referiu Graça Freitas.

A OMS avançou que “estudos preliminares sugerem que a BA.2 parece ser mais transmissível do que a BA.1”, mas a organização salienta que os dados do mundo real sobre a gravidade clínica na África do Sul, Reino Unido e Dinamarca, onde a imunidade da vacinação e de infecção natural é alta, indicam que “não houve diferença relatada na gravidade entre BA.2 e BA.1”.