Dona de Minipreço afirma que milionário russo Fridman não controla rede de supermercados

Cadeira de supermercados Dia, dona do Minipreço, assegura que “não é afectada de forma alguma” pelas sanções da União Europeia, apesar de ser detida pelo fundo de investimento do russo Mikhail Fridman.

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O grupo tem 6000 lojas em Espanha, Portugal, Argentina e Brasil Andreia Carvalho

A cadeia de supermercados espanhola Dia, dona da rede Minipreço/Dia em Portugal, e controlada pelo fundo de investimento do russo Mikhail Fridman, assegura que “não é afectada de forma alguma” pelas sanções da União Europeia (UE).

Numa informação enviada durante a noite ao regulador do mercado de capitais espanhol no âmbito das medidas restritivas da UE em resposta à invasão militar da Ucrânia é sublinhado que o grupo DIA (de Distribuidora Internacional de Alimentación SA, cotada na praça de Madrid) de não é controlado por Mikhail Fridman, apesar de este investidor estar na lista negra de pessoas próximas de Vladimir Putin que são visadas por estas sanções.

A nota defende que a cadeia de supermercados é controlada pelo fundo LetterOne, que o magnata russo fundou, insistindo-se que Fridmannão tem o controlo directo do fundo.

A UE publicou na segunda-feira uma lista negra de personalidades consideradas próximas do presidente russo e sancionadas por um congelamento dos seus bens e uma proibição da sua permanência na UE, devido à guerra na Ucrânia.

Numa carta aos empregados do seu fundo LetterOne, publicada no domingo pelo Financial Times, Fridman tornou-se o primeiro oligarca russo a denunciar a guerra na Ucrânia como “uma tragédia”.

“Esta crise vai custar vidas e devastar as duas nações que foram irmãs durante centenas de anos”, escreveu, acrescentando que queria ver o fim do “derramamento de sangue”.

Nascido em Abril de 1964 numa família judia na cidade ucraniana de Lviv e licenciado numa universidade técnica de Moscovo, Mikhail Fridman tornou-se desde o fim da URSS num dos homens mais ricos do mundo, dirigindo um império que vai do petróleo e gás à banca, telecomunicações e comércio a retalho.

O seu fundo LetterOne comprou a Dia em Maio de 2019 através de uma oferta pública de aquisição, detendo 77,7% do capital da cadeia de supermercados.

O grupo, com quase 6000 lojas em Espanha, Portugal, Argentina e Brasil, teve um volume de negócios de 6,64 mil milhões de euros no ano passado e um prejuízo de 257,3 milhões de euros, de acordo com os resultados anuais revelados nesta terça-feira em Madrid.

Nesta terça-feira, várias empresas europeias anunciaram que iriam deixar de trabalhar com a Rússia. As empresas de transporte marítimo Maersk e MSC suspenderam o agendamento de transportes de contentores de e para a Rússia, com excepção de comida, equipamentos médicos e bens humanitários.

O YouTube anunciou esta terça-feira o bloqueio dos canais russos RT e Sputnik em toda a Europa.

No domingo, a petrolífera britânica BP anunciou ia sair do capital da Rosneft, na qual detém uma participação de 19,75%, pondo fim a 30 anos de operação na Rússia. Também Shell decidiu abandonar a aliança com a Gazprom.