EUA proíbem transacções com banco central e fundo soberano russos

Tesouro norte-americano confirma endurecimento das sanções que estão a colocar a economia russa sob cada vez maior pressão.

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EPA/MAXIM SHIPENKOV

Numa confirmação do agravamento das sanções à economia russa decidido este fim-de-semana pelas principais potências ocidentais, o Tesouro norte-americano anunciou esta segunda-feira a proibição de todas as transacções com o banco central e o fundo soberano russos, medidas que deverão contribuir para a acelerada deterioração da situação económica e financeira da Rússia que se verifica neste momento.

“Esta acção imobiliza efectivamente quaisquer activos do banco central da Federação Russa que sejam detidos nos EUA ou por cidadãos dos EUA, onde quer que estejam localizados”, diz o comunicado emitido pelo Tesouro norte-americano.

Para além do corte nas transacções com o banco central, o Tesouro norte-americano confirmou também que decidiu bloquear igualmente as transacções do fundo soberano da Rússia nos EUA, uma entidade que tem como principal fonte de receita as vendas de petróleo e através da qual o Estado russo movimentava largas somas de dinheiro nos mercados internacionais. Este fundo é também visto pelos EUA como um instrumento usado para a obtenção de vantagens pessoais por parte de Vladimir Putin.

“O presidente russo Vladimir Putin e o seu círculo de amigos há muito que dependem do fundo soberano da Rússia e de Kirill Dmitriev [o presidente do fundo] para obter fundos no estrangeiro, incluindo nos EUA. Ao restringir ainda mais as acções dessas pessoas e entidades no sistema financeiros norte-americano, os EUA continuam a demonstrar o seu compromisso inabalável de apoio à Ucrânia, impondo custos a Putin e a todos os que estejam ligados a ele”, afirma o comunicado.

Ainda assim, o Tesouro norte-americano faz questão de ressalvar que poderão vir a ser autorizadas determinadas transacções relacionadas com energia com o banco central russo, confirmando que, no Ocidente, fortemente dependente do consumo de petróleo e de gás natural, ainda não se está a dar o passo de cortar a principal fonte de receita da Rússia.

O anúncio destas medidas por parte do Tesouro norte-americano acontece depois de este fim-de-semana ter sido acordada pelas autoridades europeias e norte-americanas a imposição de novas sanções económicas à Rússia, nomeadamente o congelamento das reservas do banco central russo e o bloqueio do acesso de alguns bancos russos ao sistema internacional Swift.

Esse anúncio está a contribuir para que, esta segunda-feira, o rublo russo esteja a acentuar a sua queda face às principais divisas internacionais, forçando o banco central russo a mais do que duplicar as suas taxas de juro para 20%, numa tentativa de conter uma corrida aos depósitos bancários no país.

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