O actor Leonardo DiCaprio comprou acções na casa francesa de champanhes Telmont. O grupo de bebidas espirituosas, Remy Cointreau, accionista principal, salientou, nesta quarta-feira, que este tipo de parcerias entre celebridades e marcas de luxo serve para renovar a atractividade da marca. O investimento do norte-americano vai ao encontro das acções em prol do planeta em que se tem envolvido nos últimos anos, já que a produtora francesa prima por um modelo de negócio amigo do ambiente.
“Da protecção da biodiversidade nas suas terras à utilização de electricidade 100% renovável, a Champagne Telmont está determinada a reduzir radicalmente a sua pegada ambiental. Sinto-me, por isso, orgulhoso por me juntar como investidor”, salientou o actor de 47 anos, num comunicado, partilhado no Twitter.
As origens do grupo Remy Cointreau datam de 1724, quando o jovem produtor de vinho Rémy Martin fundou uma marca de conhaque epónima. Ao longo dos anos foram-se juntando marcas ao grupo, como a Louis XIII, lançada em 1874. Em 1929, era este o conhaque servido a bordo do icónico Expresso do Oriente e, em 1984, era oferecido aos passageiros do avião Concorde. Hoje, integra marcas como o brandy francês St-Rémy, o uísque norte-americano Westland, o gin The Botanist e, claro, a marca de champanhes Telmont.
A casa Telmont foi fundada em 1912 pelo produtor de vinho Henri Lhôpital, em Damery, na região de Champanhe. No site oficial do grupo Remy Cointreau destaca-se o esforço que a marca tem feito para tornar as vinhas livres de pesticidas, através da agricultura biológica. O objectivo, estabelecem, é que daqui a dez anos os champanhes sejam 100% biológicos.
A transparência é outro dos objectivos da Telmont, cujas garrafas são numeradas e mostram todos os ingredientes da bebida. Numa rápida pesquisa na internet encontram-se champanhes da marca a partir dos 34 euros, mas há também garrafas a 398 euros.
A relação das celebridades com o mundo do champanhe não é novidade: em Fevereiro de 2021, a Moet Hennessy, do conglomerado de luxo LVMH, comprou metade das acções da marca do rapper Jay-Z, a Armand de Briganc. O investimento de Leonardo DiCaprio espera-se ser um impulso às vendas da marca e mais um incentivo no caminho para diminuir a pegada ambiental da Telmont.
O actor e produtor norte-americano tem-se distinguido pelo trabalho feito no activismo ambiental. Recentemente protagonizou o filme Don't Look Up - Não Olhem Para Cima , onde dá vida a um astrónomo que tenta alertar o mundo, que não parece importar-se, para um enorme cometa que está em rota de colisão com a Terra. Na COP 26, apresentou também o novo documentário produzido por si, From Devil's Breath, sobre incêndios florestais — ainda por estrear em Portugal. O tema de um dos episódios é a tragédia de 2017 em Pedrogão Grande, onde perderam a vida 66 pessoas, ficaram feridas 253 e foram atingidos 53 mil hectares.
Em 2016, DiCaprio já tinha produzido e protagonizado o documentário Before the Flood, que também se centra nas alterações climáticas. E o envolvimento do actor não fica pelo grande ecrã: também contribuiu com 2,7 milhões de euros para a reconstrução do território florestal australiano, depois dos fogos de 2020.