Ministra da Saúde admite alívio das restrições. País está em “nova fase” da pandemia

Marta Temido admite alívio das medidas de combate à pandemia e avança provável alteração do “paradigma de testagem” para um mais focado. Alívio deve ser “tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário”.

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Marta Temido sublinha que é necessário continuar a monitorizar a situação epidemiológica LUSA/MIGUEL A. LOPES

A ministra da Saúde reconheceu esta quarta-feira que Portugal se encontra numa “nova fase” da pandemia de covid-19, admitindo o alívio das medidas de mitigação dos contágios, mas sempre sem descurar a monitorização da situação.

À saída da reunião no Infarmed que juntou peritos e responsáveis políticos, Marta Temido começou por reforçar a necessidade de continuar a monitorizar a evolução epidemiológica nesta “nova fase” da pandemia. A ministra disse que é desejável que o possível alívio de restrições seja “tão rápido quanto possível e tão devagar quanto necessário”, uma frase que fora dita no encontro pelo investigador Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

Reconhecendo que Portugal ultrapassou o pico de contágios nesta quinta vaga com uma “situação controlada” durante o Inverno, Marta Temido sublinhou que a actual onda de infecções foi combatida com “muito menos restrições” que os períodos mais graves anteriores e com regras menos apertadas do que as implementadas em outros países.

Assim, a próxima de resposta à situação epidemiológica passará principalmente por uma “eventual alteração da política de testagem, tornando-a mais focada”, bem como pela utilização dos certificados digitais de vacinação em determinados espaços e pela utilização (ou não) de máscara ao ar livre e em locais com menor concentração de pessoas.

Ainda que tenha referido concretamente o modelo apresentado na reunião do Infarmed pela pneumologista Raquel Duarte, a ministra não avançou se este será implementado à risca, faltando a ponderação do Conselho de Ministros, que tem reunião prevista para esta semana, para “procurar fazer este avanço com tranquilidade”. Ainda assim, Marta Temido adiantou que o Governo deve “provavelmente alterar o paradigma de testagem” para um mais focado, semelhante àquele que já esteve em vigor aconteceu em momentos anteriores.

A estratégia para esta nova fase contempla outros eixos que complementam o alívio das restrições, segundo a responsável pela pasta da Saúde.

“É essencial que continuemos a vigiar. Outro eixo é o da vacinação: é essencial que façamos as doses de reforço que ainda não foram feitas e que vacinemos as novas pessoas que entram em condições de ser vacinadas”, disse, para além das alterações na testagem.

Marta Temido acrescentou também que o país está a procurar negociar e adquirir “novos fármacos” que têm apresentado efeitos muito promissores no tratamento da doença grave. Admitiu também que haja alterações das medidas de saúde pública em vigor, sublinhando que estas não dependem do Conselho de Ministros por serem “estritamente técnicas” – da responsabilidade da Direcção-Geral da Saúde.

“[Estas medidas] prendem-se com questões como o número de dias que uma pessoa que está positiva tem de ficar em isolamento, se esse número de dias varia consoante a sintomatologia ligeira, grave ou de outro tipo, e até medidas relacionadas com aquilo que é a organização dos circuitos em termos de atendimento de doentes”, completou.

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