O designer veterano Michael Kors, que há um ano celebrou 40 anos de carreira, transformou a inspiração que foi buscar à vida nocturna de Nova Iorque numa realidade que desfilou na Semana de Moda da cidade, esta terça-feira.
Ocupando o espaço de música ao vivo Terminal 5, Kors, de 62 anos, disse que a sua colecção de Outono/Inverno é sobre sair à rua, de dia ou de noite, após os períodos de confinamento durante a pandemia de covid-19. Pela passerelle, viram-se casacos que reclamavam uma posição, combinados com algo provocante por baixo.
“Para mim, é tudo sobre este tipo de ocultação e revelação”, disse Kors. “Por isso, esta noite ver-se-á um monte de roupa exterior e casacos realmente impactantes, porque penso que numa cidade, em última análise, é o seu cartão-de-visita.”
Kors descreveu o vestuário exterior como sendo de poderoso, com tons que vão desde o laranja brilhante da tangerina até ao rosa eléctrico e casacos de malha, mas também casacos a imitar pele de crocodilo, num castanho chocolate.
“O casaco que se veste é realmente o desfile de moda que cada um faz na rua”, observou Kors. “Depois, quando se chega a algum sítio, quer se vá casa de alguém para jantar ou a um restaurante, eis que surge a revelação.”
O artista vencedor de um Grammy Miguel foi responsável pela banda sonora para o desfile, cantando êxitos, como o seu Pineapple skies ou Raspberry beret, que Prince lançou em 1985.
“Adoro actuar ao vivo e adoro a energia que daí advém, e sei que tantas pessoas não tiveram realmente a sorte de [durante a pandemia] poder sair e ver um espectáculo incrível ao vivo. Não há nada como isto”, disse Kors.
Mas o dia de terça-feira não encerrou apenas boas notícias, como o regresso da moda à noite de Nova Iorque. Louis Vuitton, a principal marca de moda da LVMH, anunciou que irá aumentar os preços a nível mundial como resultado do aumento dos custos de fabrico e transporte. No entanto, Kors considera que os clientes não se importarão de pagar mais por peças de qualidade e que revelam preocupação com a sustentabilidade.
“É como tudo: quem quer comer fast food todas as noites? Muitos preferem dizer: ‘Tudo bem, deixa-me poupar e ter uma melhor refeição.”